Fernando Henrique Cardoso lançou em São Paulo, nesta quarta-feira, o livro ‘A Miséria da Política’, uma coletânea de artigos publicados na imprensa. Provocado pelos repórteres, ele respondeu às declarações Dilma Rousseff, que tachara a oposição de golpista, acusando seus rivais de usar a crise como pretexto para um “golpe''. FHC insinuou que o governo Dilma é a “crise'' da qual as pessoas querem “se livrar''.
Dilma dissera: “Todos os países que passaram por dificuldade, não vi nenhum propondo ruptura democrática como forma de saída da crise. Esse método de usar a crise como mecanismo para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe''.
E FHC: “Todo mundo está sofrendo a crise. E quem está sofrendo a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise. Na medida em que o governo faz parte da crise, começa a perguntar: ‘será que vai durar, não vai durar?’ Mas não é golpe não.”
Depois de insinuar que Dilma é a crise da qual as pessoas querem se livrar, o ex-presidente tucano, acusado pelo PT de “quebrar o país três vezes”, comentou o mais recente pacote fiscal de Dilma, que inclui a recriação da CPMF, tributo criado na era tucana como algo provisório e extinto em 2007, após dez anos de vigência.
“Ninguém gosta de cortar gastos, é natural. Mas esses governos que estão aí levaram o Brasil à ruptura, à quebra. Quebrou o Tesouro. O Tesouro está sem recursos. E a sociedade não quer mais pagar imposto. Então, nós temos um impasse que é muito grande. Ao memso tempo que há necessidade […], a população diz: ‘eu não dou porque vocês não estão usando o dinheiro apropriadamente. Esse é o problema que nós estamos vivendo.”