Dilma Rousseff está aborrecida com o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento). Não gostou das críticas que ele fez a um par de tópicos do ajuste fiscal: 1) a diminuição dos repasses a entidades como Sesc, Senac e Sebrae, que compõem o Sistema S; e 2) a redução de 1% para 0,1% do valor que as empresas exportadoras abatem para compensar custos tributários federais residuais por meio do programa Reintegra.
Sobre o primeiro tópico, relativo ao Sistema S, Monteiro disse que merecia um “melhor desenho”. Algo construído por meio de “uma solução negociada”. Sobre o segundo ponto, referente ao Reintegra, o ministro declarou, “de forma muito tranquila, que é um mau sinal”. Por quê? Fere um princípio caro aos negócios: “a previsibilidade das regras.”
Com suas críticas, Monteiro também avacalhou um valioso preceito: a hierarquia. Dilma havia solicitado “unidade” aos seus ministros. No regime presidencialista, como sabem até as crianças de cinco anos, o presidente preside e os ministros seguem suas determinações.
Se discordar de decisões do chefe, o subordinado engole sua divergência a seco ou pede para sair. Se fica no cargo e começa a dizer ou fazer coisas que destoam da orientação superior, ou é mandado para o olho da rua ou faz do inquilino do Planalto um banana. Dilma já perdeu a aura de gerentona. Se ficar só na irritação, se arrisca a virar fruta.