Reportagem detalha atuação de dono da JBS em meio à escalada de tensão entre Caracas e Washington
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, desembarcou em Caracas no fim de novembro com uma missão incomum: convencer Nicolás Maduro a renunciar. A iniciativa buscava facilitar uma transição pacífica de poder no país. A agência Bloomberg divulgou as informações nesta quarta-feira, 3.
A reunião entre Batista e o ditador da Venezuela ocorreu em 23 de novembro. Dias antes, Trump havia telefonado diretamente para Maduro com o mesmo apelo. Embora o empresário tenha se oferecido para atuar como ponte, a Casa Branca não o designou como emissário.
O encontro ocorreu em um momento delicado. Washington já havia classificado o Cartel de los Soles como organização terrorista. Além disso, autoridades norte-americanas preparavam ações militares contra embarcações ligadas ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico.
No entanto, Caracas nega qualquer envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Maduro acusa os EUA de tentarem derrubar o regime chavista e tomarem o controle das reservas de petróleo da Venezuela.
JBS atuou com Trump e Maduro em meio a interesses comerciais
Conforme a Bloomberg, a JBS, por meio da Pilgrim’s Pride Corp, doou US$ 5 milhões para o comitê de posse de Donald Trump.
A quantia foi a maior contribuição individual registrada naquele ciclo eleitoral.
Batista reuniu-se com Trump para defender o fim das tarifas sobre a carne bovina.
O vínculo com a Venezuela também tem passado. Durante a escassez de alimentos no país vizinho, a JBS negociou um contrato bilionário com o regime chavista. O acordo previa o fornecimento de carne bovina e frango por US$ 2,1 bilhões — uma das maiores transações comerciais já firmadas entre os dois países.
Luís Batistela - Revista Oeste