domingo, 27 de março de 2022

Bolsonaro diz que sua luta é 'do bem contra o mal'

Ao participar neste domingo, 27, de ato político do PL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tomará decisões "contra quem quer que seja" se tiver apoio de seu "exército" de apoiadores na disputa que chamou de "luta do bem contra o mal".


Bolsonaro em ato político do PL - Foto: Evaristo Sa/AFP

“Para defender a liberdade e a nossa democracia, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho um exército ao meu lado, e esse exército é composto de cada um de vocês”, destacou Bolsonaro. “Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar nas quatro linhas (da Constituição), mas eu jurei e não foi da boca para fora", completou, reforçando a convicção dos brasileiros de que seus adversários e até mesmo a Justiça descumprem a Carta.

O "inimigo" do País, na visão do presidente, é interno, e não externo. "Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta", disse Bolsonaro no pronunciamento que arrancou poucos aplausos dos presentes. 

Público

Convocado para lançar a candidatura de Bolsonaro ao segundo mandato, o encontro do PL acabou se transformando em ato para filiação ao partido. Advogados que atendem a equipe do presidente alertaram que era melhor mudar o escopo do evento para evitar problemas com a Justiça Eleitoral. Pela lei, a campanha só é permitida a partir de 16 de agosto. 

Vários ministros compareceram ao ato, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Bolsonaro fez questão de dar o microfone para Tereza Cristina, candidata ao Senado; Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que vai se filiar ao Republicanos nesta segunda-feira, 28, e entrará na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo; e João Roma (Cidadania), ministro que deixou o Republicanos e se filiou ao PL para concorrer ao governo da Bahia.

O general Walter Braga Netto, ministro da Defesa e cotado para ser vice do presidente na chapa da reeleição, não compareceu ao ato. Já o general Augusto Heleno, outro militar que também pleiteava a vaga de vice, não só estava lá como fez questão de discursar e dizer que acredita no Brasil.

Braga Netto não foi justamente para tentar desvincular o ato da roupagem de campanha. Dos 23 ministros de Bolsonaro, oito ou 9 devem deixar o cargo no fim desta semana para disputar eleições.

Para reforçar a aproximação do público feminino, Bolsonaro subiu ao palco com a primeira-dama, Michelle, que também tem aparecido mais em cerimônias no Palácio do Planalto. Além do ministro João Roma, filiaram-se neste domingo ao PL o titular de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (SE), que estava no MDB.


Com informações de Eduardo Gayer e Iander Porcella, O Estado de S.Paulo