Adolfo Sachsida explicou que isso afetou a atividade agropecuária no terceiro trimestre
A queda no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre foi influenciada, principalmente, pelo efeito climático no país, com a falta de chuvas.
A afirmação é do secretário de política econômica do ministério da Economia, Adolfo Sachsida, em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan nesta quinta-feira, 2.
Segundo ele, “nós tivemos a maior crise hídrica em noventa anos, derrubando a atividade agropecuária que afetou muito o resultado do PIB”, explicou.
Como Oeste mostrou mais cedo, a economia brasileira recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, configurando quadro de recessão técnica, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice foi influenciado para baixo principalmente por conta da queda de 8% na agropecuária.
“Se tivéssemos isolado a queda agropecuária, o PIB teria crescido 0,3%, então, nós temos que insistir que, infelizmente, teve esse choque negativo provocado por efeito climático adverso”, acrescentou.
O setor de serviços cresceu 1,1% no período. “Isso mostra que a vacinação em massa é a grande política econômica, então vamos investir nela”, completou.
“É fundamental entender que estamos na maior taxa de investimentos desde o terceiro trimestre de 2014”, disse ao defender a orientação da política econômica do governo, com mais investimentos privados, e a consolidação fiscal do país.
O recuo na agropecuária foi consequência do encerramento da safra de soja, que também acabou impactando as exportações, informou o IBGE.
“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
“Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia. Para este ano, as perspectivas não foram tão positivas”, acrescentou.
Guilherme Lopes, Revista Oeste
