quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Troca na 2ª Turma do Supremo preocupa advogados de corruptos da Lava Jato

Coluna do Estadão

SINAIS PARTICULARES: Dias Toffoli e Cármen Lúcia, ministros do Supremo; por Kleber Sales
Advogados de políticos na mira da Lava Jato querem acelerar o julgamento de seus clientes na Segunda Turma do STF. Criminalistas avaliam que, a partir de setembro, com a saída do ministro Dias Toffoli do colegiado e a entrada no lugar dele da ministra Cármen Lúcia, aumentam os riscos de condenação de investigados. Toffoli é considerado um ministro com posição mais favorável aos réus, enquanto Cármen é tida como mais dura e sensível à opinião pública nos casos de corrupção, posição mais alinhada com o relator da Lava Jato, Edson Fachin.
7 a 1. Ao longo deste ano, Fachin sofreu sucessivas derrotas na Segunda Turma do Supremo, que tem Gilmar Mendes, Toffoli e Ricardo Lewandowski mais afinados nas críticas à Lava Jato. O isolamento é quebrado, eventualmente, com o voto de Celso de Mello.
Passando o bastão. Toffoli deixa a Segunda Turma em setembro, quando assume a presidência do Supremo no lugar de Cármen Lúcia.

Indignação. Ao recorrer ao Supremo para contestar o indulto de Natal concedido pelo presidente Michel Temer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mencionou 15 vezes a palavra “impunidade” e sete vezes “corrupção”. A ação da PGR foi revelada pela Coluna do Estadão.