AARON BLAKE
DO "WASHINGTON POST"
Um artigo recente de leitura obrigatória de Gabriel Debenedetti, do Politico, mostrou como Sanders parece estar fazendo um esforço evidente para superar as falhas que dificultaram sua candidatura em 2016, especialmente sua falta de familiaridade com a política externa e falta de sintonia com grupos pró-democratas poderosos, como a Federação Americana de Professores.
DO "WASHINGTON POST"
O presidente Donald Trump teve sua primeira grande vitória legislativa semana. E recebeu uma enxurrada de dados péssimos em pesquisas de opinião.
Pesquisas do Instituto Gallup, da CNN e das universidades Monmouth e Quinnipiac situaram o índice de aprovação de Trump entre 33% e 37% –um dos números mais baixos de toda sua Presidência. E a mesma pesquisa da CNN mostrou democratas com uma dianteira quase inusitada de 18 pontos nas eleições parlamentares de 2018. Foi apenas a sondagem mais recente a assinalar um ambiente muito negativo não apenas para Trump, mas para seu partido também.
Mesmo em uma das pesquisas em que Trump se saiu melhor (a da NBC News e do "Wall Street Journal"), apenas 36% dos entrevistados disseram que provavelmente votarão para reeleger Trump em 2020. A maioria (52%) disse que provavelmente votará em outro candidato. Apenas 18% dos entrevistados disseram que votarão em Trump com certeza, enquanto 38% com certeza votarão contra ele.
Em vista de tudo isso, e faltando apenas um ano para o início extraoficial da corrida presidencial de 2020, muitos democratas estão ansiosos por se candidatar para enfrentar Trump. E, dependendo dos resultados da eleição de 2018, vários democratas podem ingressar na corrida muito rapidamente. A arena de possíveis candidatos parece ser grande e aberta. A vantagem estará com quem conseguir se garantir uma base de apoio antes de outros que disputam essas mesmas bases.
Neste momento ainda inicial, quem está em alta e quem está em baixa? Três meses atrás redigimos um ranking dos Top 15 possíveis candidatos democratas, e hoje estamos repetindo a dose.
Como de costume, eles foram situados no ranking em ordem ascendente de suas chances prováveis de conseguirem a indicação do Partido Democrata.
(Saíram da lista: Mark Zuckerberg, Eric Garcetti, Tim Kaine, Sheryl Sandberg, Mark Cuban)
(Saíram da lista: Mark Zuckerberg, Eric Garcetti, Tim Kaine, Sheryl Sandberg, Mark Cuban)
15. Dwayne Johnson (Posição anterior no ranking: ausente)
Sim, aquele Dwayne Johnson, "The Rock". Ele já disse várias vezes que pode realmente se candidatar a presidente; nesta semana falou que está considerando a possibilidade seriamente. Sim, The Rock tende a dizer coisas desse tipo quando está promovendo um filme. E, sim, eu sei que parece ridículo que um ex-lutador profissional possa ser um candidato sério à Presidência. Nem sequer sabemos por qual partido ele se candidataria. Mas uma realidade lamentável da era de Trump é que não podemos desconsiderar esse tipo de coisa. No mínimo, Johnson é um comunicador talentoso e muita gente parece gostar dele.
14. Terry McAuliffe, governador da Virgínia (posição anterior: ausente)
Outro nome novo nesta lista, McAuliffe vai deixar o governo no próximo mês muito bem considerado e após um mandato apenas. Ele parece estar pelo menos um pouco interessado na ideia de candidatar-se a um cargo que, no passado, passou seu tempo tentando conquistar para outras pessoas.
No momento McAuliffe ainda sente a repercussão positiva de sua eleição muito forte pelo Partido Democrata na Virginia e diz que se esforçará ao máximo para ajudar democratas a conquistarem governos em 2018. Sua grande desvantagem: nenhum outro nome desta lista tem mais proximidade com os Clinton, de modo que McAuliffe não é realmente um candidato que possa representar uma página nova.
13. Howard Schultz, ex-CEO da Starbucks (posição anterior: 11)
Como escrevi em setembro, Schultz parece ter aperfeiçoado a arte de falar como candidato ao mesmo tempo em que nega a intenção de se envolver em política.
Exemplo: "Acho que o país precisa sob muitos aspectos de uma transformação moral, cultural e econômica". Ou: "Se pensarmos no país hoje, e note que não estou falando em política, acho que o país precisa ficar mais compassivo, mais empático". Ele não está falando de política. Claro que não.
12. Deval Patrick, ex-governador do Massachusetts (posição anterior: 12)
Patrick geralmente dá poucos sinais de que possa se candidatar, embora a equipe do ex-presidente Barack Obama o estaria incentivando a isso. Mas ele foi ao Alabama este mês fazer campanha pelo democrata Doug Jones, que seria eleito senador. E isso é alguma coisa.
11. Oprah Winfrey (posição anterior: 11)
Veja: Dwayne Johnson. Acrescente: Oprah é uma comunicadora ainda mais hábil que Johnson, alguém de quem ainda mais gente parece gostar muito. Ela tem sido mais evasiva em relação à possibilidade de se candidatar, mas passa a impressão de sentir-se tentada.
10. Andrew M. Cuomo, governador de Nova York (posição anterior: 9)
Enquanto outros nesta lista deram um passo adiante durante a discussão sobre assédio sexual, Cuomo recuou um passo. Questionado sobre alegações feitas a respeito de um ex-assessor sênior seu e o que ele talvez pudesse ter feito diferente, Cuomo disse a uma repórter: "Quando você fala que o problema é do governo estadual, está prestando um desserviço às mulheres, com todo o devido respeito, mesmo que você seja mulher". Ele acrescentou: "Não é do governo, é da sociedade".
Se a discussão atual nos mostrou alguma coisa, é que os políticos fariam bem em não minimizar esse tipo de problema quando os afeta de perto.
9. Sherrod Brown, senador de Ohio (posição anterior: 10)
Dos nomes desta lista, Sherrod é o que oferece o conjunto mais completo de política progressista, populismo, atratividade para a classe trabalhadora branca e fato de ser de um Estado indeciso importantíssimo. Esses fatores nunca devem ser desprezados.
8. Jerry Brown, governador da Califórnia (posição anterior: 5)
Jerry Brown estava um pouco mais bem situado no ranking anterior, apesar de faltarem poucos meses para ele completar 80 anos. E agora a Califórnia adiantou muito sua primária, para março. É um conjunto enorme de delegados para um candidato da Califórnia abocanhar numa fase muito inicial do processo.
7. Chris Murphy, senador de Connecticut (posição anterior: 3)
Murphy apresentou uma daquelas negativas previstas, em outubro. Indagado pela CBS News se poderia se candidatar, ele disse: "Não sou candidato a presidente, sou candidato à reeleição ao Senado". É o que dizem políticos quando precisam garantir ser reeleitos primeiro.
Suas palavras foram totalmente no tempo presente, então, se ele decidir se candidatar a presidente depois de ter sido reeleito senador em 2018, ele não terá mentido.
6. Cory Booker, senador por Nova Jersey (posição anterior: 8)
Booker disse ao Politico no mês passado que seria irresponsabilidade alguém dizer, faltando tanto tempo, se vai ou não vai se candidatar a presidente em 2020. (Já que é assim, eu também não vou excluir a possibilidade de me candidatar). Mas o momento parece certo para Booker, só isso.
5. Kamala D. Harris, senadora da Califórnia (posição anterior: 7)
Kamala Harris se destacou alguns meses atrás na defesa de um sistema de saúde pago integralmente pelo Estado. Ela se destacou na semana passada quando pediu que Trump renuncie à Presidência.
Se a primária democrata de 2020 é uma corrida para a esquerda, ela parece estar determinada a não deixar que ninguém passe à sua frente.
4. Kirsten Gillibrand, senadora de Nova York (posição anterior: 6)
Foi o tuite de Trump sobre Kirsten Gillibrand que levou Kamala Harris a agir. Depois de a própria Gillibrand ter pedido a Trump que renunciasse, o presidente tuitou que ela, como senadora de Nova York, faria "qualquer coisa" para conseguir contribuições de campanha -frase que muitos interpretaram como sendo sexualmente sugestiva.
Seria difícil imaginar algo que pudesse ajudar mais a elevar o perfil de Gillibrand para uma possível candidatura sua à indicação democrata em 2020. Recentemente Gillibrand também disse que, para ela, Bill Clinton deveria ter renunciado devido às alegações de erro de conduta sexual feitas a seu respeito, e ela foi a primeira senadora a pedir a renúncia de seu colega senador democrata Al Franken, do Minnesota.
3. Senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts (posição anterior: 4)
Se Warren se candidatar, acho que ela vai liderar esta lista. Mas acho difícil visualizá-la candidata se Bernie Sanders for, e acho muito provável que Sanders se candidate. Elizabeth Warren demonstrou até agora comparativamente pouco desejo de se candidatar e não tem feito grandes esforços para ajudar a eleger outros democratas ou falar com a mídia, se bem que pareça estar mudando em relação a esse último quesito, pelo menos.
2. Ex-vice-presidente Joe Biden (posição anterior: 2)
Joe Biden permanece na segunda posição desta lista, mas não tão firme quando antes. A onda recente de acusações de assédio sexual feitas a políticos, além da reavaliação de acusações passadas, voltaram a chamar a atenção para o modo como Biden lidou com as audiências de confirmação do juiz Clarence Thomas, anos atrás.
Joe Biden permanece na segunda posição desta lista, mas não tão firme quando antes. A onda recente de acusações de assédio sexual feitas a políticos, além da reavaliação de acusações passadas, voltaram a chamar a atenção para o modo como Biden lidou com as audiências de confirmação do juiz Clarence Thomas, anos atrás.
Biden, que na época presidia o Comitê do Judiciário no Senado, já pediu desculpas mais de uma vez pelo tratamento dado a Anita Hill, enfatizando também que foi contra a nomeação de Thomas. Mas Hill disse que seu pedido de desculpas não é o bastante. Se o Partido Democrata continuar a fazer do assédio sexual uma questão de peso nos próximos dois anos, as ações de Biden podem ser reexaminadas com pente fino de uma maneira que ele provavelmente não apreciará.
1. Bernie Sanders, senador do Vermont (posição anterior: 1)
Um artigo recente de leitura obrigatória de Gabriel Debenedetti, do Politico, mostrou como Sanders parece estar fazendo um esforço evidente para superar as falhas que dificultaram sua candidatura em 2016, especialmente sua falta de familiaridade com a política externa e falta de sintonia com grupos pró-democratas poderosos, como a Federação Americana de Professores.
Sanders não tem feito nada para combater as especulações de que ele possa se candidatar novamente; o maior ponto de interrogação é e continuará a ser sua idade (76 anos), como também é o caso de Jerry Brown (79) e Joe Biden (75).