AFP
WASHINGTON — O ex-presidente americano Barack Obama é o homem mais admirado nos Estados Unidos e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton a mulher mais admirada, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira. Obama apareceu no topo da pesquisa anual do Instituto Gallup pelo 10º ano seguido, enquanto Clinton, que perdeu a eleição presidencial para Donald Trump no ano passado, foi nomeada a mulher mais admirada pelo 16º ano seguido. O presidente atual dos EUA, Donald Trump, foi o segundo colocado, com 14%, seguido do papa Francisco, com 3%.
Embora a cifra seja menor do que a do ano passado, 17% dos americanos consultados disseram que Obama é o homem que eles mais admiram. Em 2016, 22% dos entrevistados consideravam o então presidente o homem mais admirado. Hillary Clinton é considerada a mulher mais admirada por 9% dos americanos, seguida da ex-primeira-dama, Michelle Obama, com 7%, e da apresentadora Oprah Winfrey, com 4%. O instituto Gallup informou que a pesquisa com 1.049 adultos foi realizada entre 4 e 11 de dezembro e tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.
ALFINETADA EM TRUMP
Numa rara e muito aguardada entrevista ao príncipe Harry, Obama alfinetou o seu sucessor na Casa Branca pelo uso irresponsável das redes sociais. A conversa foi divulgada na íntegra na manhã desta quarta-feira. Sem citar o atual presidente pelo nome, Obama disse que a comunicação pela internet tem distorcido o entendimento da população sobre temas complexos e espalhado desinformação, argumentando que figuras de poder devem ser cautelosos com as suas publicações.
— Um dos perigos da internet é que as pessoas podem ter realidades inteiramente diferentes. Elas podem se fechar em informações que reforcem seus pontos de vista. A questão é como colocamos um escudo nessa tecnologia de forma a permitir múltiplas vozes, permitir a diversidade de visões e a chegada de um consenso — explicou Obama.
O democrata ainda descreveu que teve sentimentos contraditórios ao deixar o poder em janeiro desde ano, porque "havia ainda muito trabalho por fazer". Após oito anos na Presidência, o democrata passou o bastão ao candidato que criticara duramente nos meses de campanha eleitoral, enquanto Trump prometia retroceder em diversas medidas-chave do governo anterior.
— Havia preocupação sobre como o país caminharia para frente, mas, você sabe, de maneira geral havia serenidade — recordou o ex-mandatário, que chamou de "enormemente libertador" poder fazer a sua própria agenda e ter mais tempo para conversar com a mulher, Michelle Obama.
Em palestras e viagens, Obama já havia alertado sobre a histeria da comunicação cibernética. Sem citar o nome de Trump, ele aconselhou estudantes a "pensar antes de tuitar". O comentário foi interpretado como uma referência às publicações impetuosas e, não raro, desestabilizadoras de Trump pelo Twitter para se comunicar com os americanos e disparar contra seus adversários.
O príncipe Harry é uma das celebridades convidadas para editar o programa "Today", da BBC Radio 4, durante o período do Natal. O herdeiro do trono britânico debateu política com Obama em Toronto, no Canadá, durante o Invictus Games, iniciativa da qual é patrono.