NICOLA PAMPLONA - UOL
A Eletrobras aprovou em assembleia de acionistas nesta quinta (28) a extensão do prazo para a privatização de seis distribuidoras de energia que mantém sob seu controle. O prazo inicial para a transferência venceria no próximo domingo (31), mas foi adiado para 31 de julho.
O adiamento reflete dificuldades do governo para realizar o leilão de venda das empresas, que operam em Estados do Norte e do Nordeste e vêm dando sucessivos prejuízos à estatal.
Na assembleia, votaram a favor do adiamento acionistas com uma fatia de 76.47% do capital votante da estatal —o governo tem 60,43%, considerando as fatias da União, do BNDES e de outros fundos federais. Acionistas com 23,53% do capital se abstiveram.
A Eletrobras se compromete a manter operando as distribuidoras, mas impõe como condição que o equilíbrio econômico financeiro das empresas seja mantido com tarifas ou recursos da União e de fundos setoriais, sem necessidade de aportes por parte da companhia.
Em resolução aprovada em novembro, o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) estipulou o valor simbólico de R$ 50 mil para cada uma das empresas. A Eletrobras teria ainda que ajudar a limpar o balanço das companhias, assumindo cerca de R$ 11 bilhões em dívidas.
Já os compradores teriam que assumir o compromisso de investir R$ 7,8 bilhões para melhorar a qualidade do serviço, que, na maior parte dos casos, está entre as piores do país. A resolução, porém, foi cancelada no Diário Oficial desta quinta.
As empresas têm uma dívida consolidada de R$ 20,8 bilhões. Em 2016, deram à Eletrobras um prejuízo de R$ 6,634 bilhões.
O governo também vem enfrentando dificuldades com a proposta de privatização da Eletrobras. A expectativa era de que um projeto de lei fosse enviado ao Congresso ainda este ano, mas até esta quinta, não havia sido cumprida.