segunda-feira, 15 de maio de 2017

Trump deu informações secretas a chanceler russo, dizem fontes ao "Washington Post"



Trump e Lavrov se cumprimentam em encontro no Salão Oval - AP


O Globo


WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, forneceu informações "altamente confidenciais" ao chanceler e o embaixador russos durante um encontro em pleno Salão Oval, na semana passada, segundo funcionários do governo ouvidos pelo "Washington Post". De acordo com os membros da Casa Branca e ex-funcionários, as informações diriam seriam tão delicadas que não poderiam ser compartilhadas com a imprensa, aliados e nem dentro de algumas camadas do próprio governo.


Trump se reuniu com o chanceler Sergei Lavrov e o embaixador Sergei Kislyak em seu escritório da Casa Branca apenas um dia depois de demitir o diretor do FBI, James Comey, que investigava sua campanha presidencial por possíveis conluios com a Rússia no contexto de ciberataques e tentativa de influência nas eleições presidenciais de 2016.

De acordo com o "Post", as informações vieram de um país aliado na luta contra o Estado Islâmico, através de cooperação de Inteligência. Elas deveriam ser mantidas em segredo até de outros países próximos aos EUA e de membros de menor escalão do governo, segundo funcionários.

Segundo as fontes internas, altos funcionários da Casa Branca tiveram de tomar passos urgentes para conter o dano, ligando para a CIA e a Agência de Segurança Nacional (NSA).

— Isto é informação damais alta classificação de segredo — segundo um funcionário sob anonimato. — Trump revelou mais informações do que nós mesmos revelamos a nossos aliados.

O encontro entre Trump, Lavrov e Kislyak (o último, apontado como pivô da queda do ex-Conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, por contatos indevidos) aconteceu um dia após a demissão de Comey. Na reunião, a Casa Branca se ateve a dizer que os três discutiram temas de cooperação bilateral, especialmente na guerra síria e na luta ao Estado Islâmico.

Mas, segundo as fontes, Trump acabou falando mais do que devia e começou a dar os detalhes recebidos do informe de Inteligência, citando uma ameaça do Estado Islâmico sobre o uso de laptops em aeronaves — tema que tem sido abordado pelo governo americano, que impôs proibições pontuais aos dispositivos.

A revelação destas informações confidenciais pode ser ilegal, segundo membros do governo. Mas Trump, como presidente, tem a autoridade para desfazr o status de confiencial das informações do tipo.