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Joesley Batista, da empresa JBS, fez acordo de delação premiada Folha de São Paulo
O Ministério Público diz que o acordo de leniência assinado com o grupo que controla a JBS é o maior do mundo.
Mas algumas continhas mostram que o acerto não parece tão doloroso assim para a empresa.
O grupo terá de pagar R$ 10,3 bilhões durante 25 anos. Isso equivale a R$ 412 milhões por ano.
A holding J&F faturou R$ 183 bilhões livres de impostos no ano passado. Isso equivale a R$ 501 milhões por dia (já incluindo na conta domingos e feriados).
Ou seja: o que a empresa terá de pagar por ano significa menos de um dia do seu faturamento.
É proporcionalmente menos do que a contribuição sindical obrigatória de um dia de trabalho paga por qualquer empregado brasileiro mesmo sem ter cometido nenhum crime.
O grupo da JBS está envolvido em cinco diferentes operações policiais só neste acordo de leniência, a saber:
– Cui Bono: investiga possíveis irregularidades em créditos liberados pela Caixa Econômica Federal;
– Greenfield: apura supostos desvios de dinheiro de fundos de pensão, estatais e bancos públicos;
– Sepsis: levanta o pagamento de propinas em troca de liberação de dinheiro do FGTS;
– Carne Fraca: indiciou 63 pessoas por suspeita de corrupção, crime contra a ordem econômica e falsificação de produtos alimentícios;
– Bullish: averigua se houve fraudes em aportes do BNDESPar.
Nas contas do Ministério Público, o valor a ser pago representa 5,62% do faturamento livre de impostos do grupo. A legislação prevê um teto de 20% para a multa em acordos de leniência. Vale lembrar: em outro acerto com a Procuradoria, os donos do grupo e cinco executivos ficaram livres.
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