quinta-feira, 30 de março de 2017

"Das ruas às urnas", por Rogério Chequer

Folha de São Paulo

Danilo Verpa - 26.mar.2017/Folhapress
SAO PAULO - 26.03.2017 - Protesto organizado pelos grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua na avenida Paulista.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: PROTESTO NA PAULISTA
Protesto organizado pelos grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua na Paulista


Durante dois anos, parte expressiva da sociedade brasileira foi às ruas para dizer não. Muitos nãos. Não à corrupção, não a políticos corruptos e criminosos, não a um projeto de poder custeado com dinheiro ilícito, não a uma forma arcaica e nefasta de se fazer política.

Estamos fartos de ver, todos os dias, escândalos estampados nas capas de jornais e revistas e nos telejornais noturnos. A corrupção tomou conta do país e do noticiário.

Também nesses dois anos nos acostumamos a esperar por mais uma fase da operação Lava Jato, que vem fazendo seu papel saneador com grande competência e total apoio da população brasileira. Mas, como sociedade organizada, o que mais podemos fazer? Esgotamos nossa indignação?

Não. Há muito a fazer e estamos prontos para essa nova fase. Em primeiro lugar, temos que votar melhor. As eleições de 2018 estão aí, e precisamos nos preparar desde já. Como?

A ideia é simples. Apresentaremos listas com nomes e informações de políticos em quem NÃO votar. Divulgadas nacionalmente, elas trarão um raio-x de quem são os políticos que vão pedir o seu voto: o que já disseram, o que já defenderam, o que fizeram de fato, como votaram, e quando se calaram. Amplificadas pelo uso massivo das ferramentas de comunicação hoje disponíveis, essas listas permitirão que a informação chegue onde precisa chegar.

Em época de campanha, candidatos colocam sua retórica e uma dissimulada convicção para influenciar a emoção do eleitor. A forma substitui o conteúdo, o marketing mascara a superficialidade das propostas. A necessidade da eleição a qualquer custo, que mantem impunidade e privilégios, impede que discussões impopulares, mas necessárias ao país, sejam promovidas. A realidade fica em terceiro plano.

Já conhecemos esse jogo, e não o queremos mais. Precisamos nos mobilizar para impedir que esses políticos continuem a provocar, da poderosa posição que ocupam, tantos estragos à República e à democracia.

Nos próximos 18 meses, a população terá a oportunidade de conhecer melhor os candidatos que pretendem liderar nosso país no próximo mandato. Vamos trabalhar para diferenciar os que agem mais por interesse próprio do que para servir à Nação dos que possam efetivamente encampar uma agenda positiva tão necessária ao Brasil.

O momento é crucial e não iremos arrefecer a pressão. A sociedade vai continuar a fazer a diferença. Nas ruas, na web, e nas urnas.

O caminho começa agora. Bem-vindo a 2018.