Lucas Moretzsohn - O Globo
Economia brasileira abre o ano em retração, com queda de 0,26%, segundo Banco Central
A taxa de desemprego ficou em 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro, renovando o recorde da série histórica. O resultado representa uma alta de 1,3 ponto percentual sobre os três meses imediatamente anteriores, encerrados em janeiro, quando foi de 12,6%. Há um ano, o resultado era de 10,2%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais cedo, o Banco Central divulgou que a economia brasileira começou 2017 em retração e encolheu 0,26% em janeiro. Esta é a sétima queda mensal seguida do Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), que é considerada a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro de 2016, a perda foi de 0,68%. Em dezembro, a queda tinha sido de 0,32%.
O resultado da taxa de desemprego ficou acima da estimativa média de analistas consultados pela Bloomberg. Os especialistas projetavam uma taxa de desemprego de 13,1%.
13,5 MILHÕES SEM EMPREGO
O número de pessoas sem emprego ficou em 13,5 milhões em dezembro, janeiro e fevereiro, também recorde desde o início da série histórica iniciada em 2012. Foi um crescimento de 3,2 milhões (30,6%) de desempregados frente ao mesmo trimestre de 2016 e de 1,4 milhão (11,7%) de desempregados frente ao trimestre encerrado em novembro de 2016.
A população ocupada ficou em 89,3 milhões, atingindo o menor nível da série. Foi uma uma redução de 1% (menos 864 mil trabalhadores) frente aos três meses imediatamente anteriores e de 2% (menos 1,78 milhão de trabalhadores) comparado ao mesmo trimestre do ano passado.
Devido ao aumento da população desocupada, a força de trabalho no país atingiu 102,9 milhões no período, representando um aumento de 0,5% frente ao trimestre encerrado em novembro. Já frente ao mesmo trimestre de 2016, foi um acréscimo de 1,4 milhão de pessoas nesse volume, uma alta de 1,4%.
O número de trabalhadores com carteira assinada recuou, chegando a 33,7 milhões de pessoas. São 337 mil pessoas a menos (-1%) frente ao trimestre imediatamente anterior. Já em um ano, foi uma queda de 3,3% no número, o que representa 1,1 milhão de trabalhadores celetistas a menos.
Em 2016, a taxa média anual de desemprego voltou a bater recorde histórico, desde o início da pesquisa, em 2012, atingindo 11,5% da força de trabalho em todo o Brasil.
Cresceu 3 pontos percentuais em relação a 2015, quando ficou em 8,5%. Na média, 11,8 milhões de pessoas ficaram desempregadas ano passado.