ANJ diz que responsáveis se valem da credibilidade do jornal
Uma edição falsa do GLOBO foi distribuída nesta sexta-feira próximo a estações do metrô na região central de São Paulo. O material também estava disponível em algumas bancas de jornal. De autoria desconhecida e em formato tablóide com oito páginas, ele traz uma série de reportagens inverídicas. A manchete diz: “Temer renuncia: eleições são convocadas”.
A distribuição de uma edição falsa com a logomarca do GLOBO ocorre no mesmo momento em que o jornal lança uma campanha contra a produção e a veiculação de notícias falsas, as chamadas “fake news”. O GLOBO vê no episódio uma atitude criminosa e vai tratar o assunto através de seu Departamento Jurídico.
Com data de 1º de abril, a edição tem ainda anúncios falsos e deturpados de empresas como Odebrecht, Friboi e Nestlé, além de uma entrevista falsa do juiz Sérgio Moro. Há ainda “notícias”com títulos como “deputados federais receberão salário mínimo” — além de um editorial falso do governador Geraldo Alckmin.
O jornal foi entregue por pessoas que diziam não saber qual a origem do material.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou a versão falsa do GLOBO. Para Ricardo Pedreira, diretor-executivo da entidade, os falsários tentaram se aproveitar de “uma marca de credibilidade no jornalismo brasileiro para difundir a sua luta política”.
— Chega a ser uma ironia que esses grupos, que com tanta frequência acusam os jornais, se valerem exatamente da credibilidade dos jornais para tomar uma iniciativa. Isso só mostra como os jornais têm credibilidade — afirma Pedreira.
O diretor da ANJ diz que o fato se trata de um crime e que os responsáveis pela publicação devem ser investigados.