O trecho estendido do metrô até a Barra da Tijuca
é uma obra essencial para a Olimpíada do Rio,
mas a metade ainda não saiu

Um e-mail do prefeito Eduardo Paes ao Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou interrogação sobre uma obra-chave para o transporte funcionar bem no Rio de Janeiro durante os Jogos de 2016. Paes alertou o COI sobre a possibilidade de não ficar pronta a tempo a extensão do metrô que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca, palco da maioria das competições.
O prefeito mandou o e-mail para o COI, mas os destinatários reais eram o governo do estado, responsável pela obra, e Brasília, dona da chave do cofre do financiamento via BNDES. O projeto prevê 23 quilômetros de trilhos subterrâneos e a construção de cinco estações.
Estas estão prontas e faltam apenas 3 quilômetros da malha ferroviária. As instalações elétricas e os acabamentos também estão por fazer. O preço dessa última barreira para os trens começarem a correr é de 1 bilhão de reais e o prazo final de entrega do novo trecho do metrô é o mês de julho.
"Se o dinheiro entrar, dará tempo de terminar a obra", diz Fernando MacDowell, ex-diretor do Metrô Rio.
Rodrigo Vieira, o novo secretário de Transportes do Rio, reafirmou na semana passada que o prazo será cumprido, mas, realista, fez o alerta de que levará um tempo para que os trens possam operar na capacidade máxima.
A disposição do secretário, no entanto, faz uma parada obrigatória na estação onde está o problema principal, o 1 bilhão de reais faltante - e ali o compromisso do governo federal com prazos foi o nó do problema.
O governador Luiz Fernando Pezão viajou para Brasília para expor a delicadeza da situação à presidente Dilma Rousseff e conseguiu a liberação da primeira parcela de 445 milhões de reais, assinada na última sexta-feira. O dinheiro chegará logo - mas já com dois meses de atraso.
Espera-se que a segunda parte seja repassada em maio, mas, se ela não vier, Paes tem um plano B.
O prefeito expôs ao COI um projeto de contingência que prevê a criação de uma linha expressa de ônibus até a Barra da Tijuca. Improvisar em Olimpíada nunca é uma boa ideia. Mas, por enquanto, Paes conseguiu pelo menos evitar uma crise com o COI.