Thomas Mukoya - 29.jul.15/Reuters | |
Confiança na mídia só on-line subiu de 45% para 53% |
Folha de São Paulo
Pesquisa on-line feita com 33 mil pessoas de 28 países, pela consultoria de relações públicas americana Edelman, mostra que a confiança na mídia cresceu globalmente de 45%, em 2015, para 47%, em 2016. No Brasil, o dado foi de 51% para 54%.
Por setores da mídia, a confiança nas ferramentas de busca (como o Google) foi de 62% para 63%; na mídia dita tradicional, de 57% para 58%; na mídia só on-line, de 45% para 53%. A única faixa que apresentou recuo foi mídia social (como o Facebook), de 45% para 44%.
O chamado Trust Barometer apurou que as taxas de confiança nas quatro instituições abrangidas –organizações não governamentais, empresas, mídia e governo– cresceram e atingiram o seu nível mais alto desde o que chama de Grande Recessão, em 2008-2009.
Por instituições, a confiança está agora em 55% para as ONGs, 53% para as empresas, os citados 47% para mídia e 42% para governo.
DESIGUALDADE
Mas a recuperação é desigual, destacou o estudo, apontando uma crescente "disparidade de confiança" entre os entrevistados de alta e baixa renda (faixa que apresenta percentuais menores de confiança nas quatro instituições).
As maiores diferenças, entre os dois grupos, foram observadas nos Estados Unidos (31 pontos percentuais), na França (29 pontos) e no Brasil (26 pontos).
No caso brasileiro, 78% dos entrevistados de alta renda (um quarto do total) disseram confiar, enquanto apenas 52% dos entrevistados de baixa renda (também um quarto) deram essa resposta.
Para o presidente da consultoria, Richard Edelman, o resultado do levantamento é "perturbador". Ele vê um paralelo com a "economia da desigualdade" apontada pelo economista francês Thomas Piketty em livros como "O Capital no Século 21" (ed. Intrínseca, 2014).
A "desigualdade de confiança" ao redor do mundo, como descreve o executivo, "traz uma série de consequências políticas, inclusive a ascensão de políticos populistas, que exploram medo em vez de oferecerem soluções."