O presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Danton Avancini, deixou a prisão nesta segunda (30) após ter o seu acordo de delação premiada homologado pela Justiça Federal do Paraná. Ele irá cumprir prisão domiciliar em São Paulo e terá de usar tornozeleira eletrônica.
Avancini estava preso desde 14 de novembro, quando a nova fase da Operação Lava Jato prendeu executivos de empreiteiras como a OAS, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão e Engevix.
O presidente da empreiteira e um dos vices, Eduardo Leite, decidiram fazer o acordo no dia 28 de fevereiro. Leite já havia deixado a prisão na terça-feira da semana passada.
Ambos prometeram revelar o que sabem sobre corrupção na Petrobras e outras empresas públicas e aceitaram pagar R$ 7,5 milhões de multa –R$ 5 milhões para Leite e R$ 2,5 milhões para Avancini.
O teor das revelações que fizeram continua sob segredo de Justiça, mas aFolha apurou que ambos citaram o pagamento de propina na licitação da usina nuclear Angra 3 e revelaram o nome de outros executivos da empreiteira que participaram do esquema de suborno.
Num trecho de um dos depoimentos de Leite que os procuradores tornaram público, o executivo disse que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, sabia do esquema de pagamento de propina na diretoria de Serviços da Petrobras.
Ainda de acordo com Leite, Vaccari teria dito a ele que sabia que a Camargo Corrêa atrasara o pagamento de R$ 10 milhões em propina e sugeriu que o valor fosse depositado como doação oficial ao partido.
O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, refutou de forma veemente que seu cliente soubesse das irregularidades na Petrobras e negou que ele tenha pedido que o suborno fosse pago por meio de contribuição oficial.
O PT repete em sucessivas notas que o partido só aceita contribuições legais, que são declaradas para a Justiça eleitoral.
Vinicius Oliveira - 22.nov.2010/Folhapress | ||
Dalton Avancini, presidente da construtora Camargo Corrêa, estava preso desde novembro |