terça-feira, 24 de março de 2015

Equipes acham caixa preta de avião que caiu com 150 nos Alpes franceses; não há sobreviventes

O Globo com agências internacionais

Aeronave era um Airbus A320, que teve descida brusca em dez minutos enquanto levava principalmente espanhóis e alemães


Helicóptero de resgate sai para vasculhar local onde avião se chocou em montanha Foto: JEAN-PAUL PELISSIER / REUTERS
Helicóptero de resgate sai para vasculhar local onde avião se chocou em montanha - JEAN-PAUL PELISSIER / REUTERS


PARIS - Um Airbus A320 da companhia aérea alemã Germanwings caiu por volta das 11h (7h de Brasília) desta terça-feira nos Alpes franceses. A aeronave se dirigia do aeroporto internacional de Barcelona ao de Düsseldorf, na Alemanha, com 150 pessoas a bordo — 144 são passageiros, entre eles dois bebês. O primeiro-ministro Manuel Valls afirmou que equipes no local não constataram haver sobreviventes.

O avião desapareceu na região dos Alpes da Alta Provença, nos arredores da cidade rural de Barcelonnette. A queda ocorreu na montanha de L'Estrop, na comuna de Méolans-Revel, a menos de 200km de Nice e do Principado de Mônaco. A Alta Provença é área de resorts de esqui, mas isolada.

O Ministério dos Transportes confirmou que um sinal de socorro foi emitido pelo voo AU9525 às 10h47m (locais), pouco antes da queda, e que foi relatada uma perda súbita de altitude — que indicaria perda de controle das turbinas. O avião passou de 38.000 pés de altitude (11.500m) às 10h31m a 6.920 pés (2.100m), nove minutos depois. O avião sumiu do radar às 10h53m. Segundo a companhia, o piloto tinha dez anos de experiência.

"Ouvi um estrondo maciço. O som inicial parecia o de uma avalanche ou uma dinamitagem. Quando vi novamente, pouco tempo depois, uma coluna de fumaça subiu", contou ao "Le Parisien" uma testemunha na vila de Le Vernet, a poucos quilômetros do local do acidente.
Dos passageiros a bordo, 45 eram espanhóis, incluindo dois bebês, mas a maior parte era formada por turistas alemães que passavam férias em Barcelona e Palma de Maiorca. Segundo a Germanwings, havia 67, incluindo 16 alunos de intercâmbio. Havia também turcos a bordo, de acordo com as primeiras informações. O deputado Christophe Castaner, que sobrevoou a área do acidente, decreveu um cenário de horror.

Dos passageiros a bordo, 45 eram espanhóis, incluindo dois bebês, mas a maior parte era formada por turistas alemães que passavam férias em Barcelona e Palma de Maiorca. 

Segundo a Germanwings, havia 67, incluindo 16 alunos de intercâmbio. Havia também turcos a bordo, de acordo com as primeiras informações. O deputado Christophe Castaner, que sobrevoou a área do acidente, decreveu um cenário de horror.
O presidente francês, François Hollande, o premier Valls e o Ministério dos Transportes todos concordaram que não há sobreviventes na tragédia. Esse é o maior desastre aéreo na França desde a queda do Concorde da Air France em 2000, que matou 113 pessoas perto do aeroporto Charles de Gaulle.

Segundo a Casa Branca, não há indícios até o momento de terrorismo. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, no entanto, disse que nenhuma hipótese pode ser descartada.

DIA SOMBRIO

Equipes que sobrevoaram a área de helicóptero flagraram destroços e informaram que é um local muito difícil de ser alcançado — está a 7km de uma estrada, e os destroços, em um raio de 2km. As principais autoridades do governo francês estão se dirigindo ao local. Uma das caixas-pretas já foi localizada.

As condições meteorológicas na manhã de terça-feira eram boas, segundo especialistas. O principal sindicato dos controladores aéreos suspendeu uma greve que fazia para monitorar o espaço aéreo após o acidente.

A Airbus, fabricante do avião, afirmou em nota que está trabalhando para assessorar a situação. As ações da empresa começaram a cair drasticamente minutos após os primeiros relatos na imprensa.

Boa parte dos aviões da Germanwings é formada por antigas aeronaves da Lufthansa — empresa mãe da companhia —, segundo especialistas de aviação ouvidos pela rede CNN. 

A aeronave foi entregue em novembro de 1990 e teve última revisão em 2013. A Lufthansa afirmou que está tentando monitorar a situação. O presidente-executivo Carsten Spohr disse que seria um "dia sombrio" para a empresa.