sábado, 27 de dezembro de 2014

"Uma escolha muito infeliz" - Rádio do Moreno

O Globo




Mesmo faltando um pouco mais da metade do Ministério ( 22 ) a ser indicado, já se pode dizer, pelo perfil dos escolhidos até agora, que a presidente Dilma optou por formar uma equipe respaldada por sua base parlamentar no Congresso e, em alguns casos, por setores empresariais da indústria e da agricultura, por exemplo. 

Até aí, uma estratégia perfeita, visto que, pela demanda já existente, o próximo ano será muito difícil.

Mas, Dilma, que antes havia manifestado extremo cuidado para a composição da sua equipe, ao ponto até de cometer a impropriedade de consultar o procurador-geral da República, acabou relaxando na escolha de alguns auxiliares. 

É o caso de George Hilton para o Esporte. Bastava dar uma “googlada” (consulta ao site de busca Google) para saber que o perfil dele é incompatível com a postura de transparência que a presidente diz pretender imprimir ao seu segundo mandato.
Menino levado

George Hilton, que se autorrotula “radialista, animador e pastor”, foi flagrado pela Polícia Federal, em 2005, carregando caixotes de dinheiros e cheques, no aeroporto da Pampulha. Na época, filiado ao então PFL, Hilton, hoje no PRB, foi expulso do partido por causa desse nebuloso episódio.

Para o extinto PFL, com todo o respeito ao seu sucedâneo, ter expulsado alguém por suspeita de corrupção é por que, então, o menino deve ter sido danado mesmo! 


Deus é craque

Chama a atenção o fato de o PRB, braço da Igreja Universal, ter optado, como estratégia de participação nos governos aliados, pelas pastas do Esporte. Além do ministério, a Universal tem as secretarias de São Paulo e do Distrito Federal.

O PRB virou, literalmente, o partido da bola. 

Calma, general!

Desde o anúncio de George Hilton para o Esporte, o estoque de rivotril no Rio deve estar sendo reforçado para atender aos responsáveis pela organização das Olimpíadas 2016. 

No próximo dia 28 de janeiro, já sob a gestão de Hilton, haverá um grande evento mundial, junto com o COI para divulgação da matriz de responsabilidades e balanço das obras e valores da Rio 2016. O presidente da Autoridade Pública Olímpica é o general Fernando Azevedo. Amigos dizem que ele é zen, mas, quando fica nervoso, tem que caminhar. Quando foi informado sobre quem será o novo ministro do Esporte, o general deu duas voltas inteiras no Forte de Copacabana.

Participarão do evento do dia 28 o ministro, o secretário executivo e o prefeito Eduardo Paes.

Currículo

Anunciado para o Ministério da Defesa, o governador da Bahia, Jaques Wagner, estudou sete anos no Colégio Militar do Rio. 

Está, portanto, mais do que apto para a função.

Ausências

Na antevéspera do Natal, Dilma promoveu a tradicional confraternização no Palácio da Alvorada para ministros e líderes aliados. Quem está de saída do governo nem se deu ao trabalho de ir até lá fazer um brinde com a presidente. Dos 39 ministros, 12 não participaram da festa.

Entre os ausentes, só dois vão continuar no governo a partir do ano que vem: Tereza Campello e Arthur Chioro.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, foi uma das que não compareceram. No mesmo horário, foi vista fazendo compras de Natal na Livraria Cultura.

Partidário

Os donos do PROS têm se incomodado com as declarações do governador do Ceará, Cid Gomes, de que não teria sido escolhido pela presidente Dilma para ser ministro da Educação na cota partidária. 

Apesar de minimizar a importância do partido no Congresso, sempre ressaltando que tem apenas 11 deputados, Cid Gomes diz que não pretende deixar a legenda tão cedo: 

— Minha história partidária não é uma história que me orgulha, mas eu nunca saí de um partido satisfeito. Ou saí para ser oposição ou porque me foi pedido para sair, como no PPS e no PSB. Fujo dessa possibilidade de sair de partido como diabo foge da cruz.

Faz sentido, né, Ancelmo?