sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

No Brasil, quase metade do valor de um carro zero-quilômetro é imposto

No país, cerca de 44% do preço total de um veículo novo é referente ao tributo; apesar disso, vendas aumentaram em 2024


Carros 0km em caminhão cegonha | Foto Lula Marques/Fotos Públicas 

Os impostos sobre um carro zero-quilômetro chegam a 44% do valor total do veículo no Brasil. Na prática, isso significa que quase metade do preço que o consumidor paga tem como destino os cofres públicos, e não a montadora. 

Entre Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Brasil figura entre os países que mais cobram tributos de carros zero. 

Em comparação, mercados de grandes potências globais compram veículos novos com taxas bem mais baixas. China e Estados Unidos, por exemplo, destinam apenas 5% e 7% do valor total para impostos, respectivamente. 

Na sequência da lista, aparecem Japão (13%), Alemanha (19%), França (20%), Espanha (21%) e Itália (22%). Confira abaixo o levantamento da IL/Anfavea, em arte feita pela página Ranking dos Políticos.


Porcentual de impostos sobre carros zero-quilômetro | Foto: Reprodução/RankingDosPolíticos

Venda de carro novo cresceu 14,2% no Brasil em 2024

Apesar do cenário dos impostos, em 2024, o mercado brasileiro de carros novos registrou um crescimento de 14,2%, com um total de 2,63 milhões de unidades vendidas. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)




Esse aumento superou as previsões iniciais da Fenabrave. O órgão esperava um crescimento de 12%. Já as montadoras representadas pela Anfavea tinham uma estimativa inicial de 6,1%. 

O aquecimento das vendas teve impulso em fatores como a expansão do crédito, a melhora na renda e o aumento do emprego. Um destaque no setor foi o papel das locadoras, que responderam por um quarto das compras de veículos no ano passado, o que contribuiu para o desempenho positivo do setor. 

 Ainda que o mercado tenha se recuperado, o ano de 2024 ainda ficou 5,5% abaixo do volume registrado em 2019, antes da pandemia. Mesmo assim, as perspectivas para 2025 são otimistas: a Fenabrave projeta um crescimento de 5% — o que levaria o total de vendas para 2,77 milhões de unidades.

Revista Oeste