Investigação começou em 17 de março de 2014, mas os parlamentares continuaram a gastar no local
Em 17 de março de 2014, a Polícia Federal (PF) começou a Operação Lava Jato em Brasília, com foco principal no Posto da Torre. O local logo se tornou o epicentro de uma investigação que desvendou um dos maiores esquemas de corrupção na história do Brasil.
Naquele mesmo dia, uma nota fiscal de R$ 65,06 foi emitida para um deputado que abasteceu no posto.
Mesmo depois da operação ser deflagrada, o local continuou a ser frequentado por deputados, que acumularam despesas públicas de R$ 1,12 milhão até o fim de 2021.
Entre março de 2014 e fevereiro de 2021, durante o auge da investigação, os gastos no Posto da Torre totalizaram R$ 728,7 mil em 5,3 mil ocasiões. Mais de 780 deputados, de diferentes partidos, usaram a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, que cobre despesas como combustíveis, em conformidade com as normas da Câmara dos Deputados.
Partidos dos deputados que mais gastaram no posto da Lava Jato:
PP: 842 vezes (R$ 120 mil); • PT: 645 vezes (R$ 110 mil); • MDB: 831 vezes (R$ 107,6 mil); • PSD: 543 vezes (R$ 106,1 mil); • PL: 535 vezes (R$ 102,9 mil); • PR: 507 vezes (R$ 67,5 mil); • União: 351 vezes (R$ 65,2 mil); • PSC: 190 vezes (R$ 61,3 mil); • PSDB: 394 vezes (R$ 53,1 mil); e • PDT: 340 vezes (R$ 49,5 mil).
A Lava Jato começou investigando as conexões entre doleiros e políticos, o que levou às prisões de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.
Ambos foram acusados de intermediar propinas entre empreiteiras, políticos e dirigentes da Petrobras.
O Posto da Torre, administrado por Carlos Habib Chater e sua família, deu nome à operação por causa da presença de uma lavanderia no local, o que simbolizou a lavagem de dinheiro.
O estabelecimento também operava como uma casa de câmbio. Composta por 79 fases, a operação resultou em 163 prisões temporárias, 132 preventivas, 1,4 mil buscas e apreensões, e 35 ações de improbidade administrativa.
Foram 553 pessoas denunciadas e R$ 4,3 bilhões recuperados para os cofres públicos, com expectativa de mais valores por meio de acordos de leniência.
A Lava Jato também gerou 723 pedidos de cooperação internacional.
Revista Oeste
Em Tempo: Os principais nomes da Lava Jato, a começar por Lula, foram soltos pelos parceiros do STF. Sem exceção, postos na 'corte' pelas quadrilha do PT e de seus puxadinhos.