Brinquedo eletrônico é usado pelo Brasil, Butão e Bangladesh
“A turma da Juristocracia tem ‘ódio’ de Bolsonaro. Não pelos defeitos que ele tenha ou pelos eventuais erros que cometa. Mas sim pela defesa intransigente que Bolsonaro faz da Liberdade”. (Jorge Serrão).
A elite sem-noção do Brasil-Tupiniquim, escreveu uma cartinha mequetrefe tentando enganar o povo brasileiro. O “consórcio de imprensa” saudou a tal cartinha como uma coisa espetacular, fenomenal. Eu resolvi desconstruir esse “documento divino” e a leitura fica assim: em itálico os parágrafos da tal carta e em negrito os meus comentários. E a carta começa assim:
"Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte”.
- Ótimo! Bacana isso, não? O problema é que não estamos mais em 1977. Bolsonaro, eleito democraticamente, obteve 57 milhões de votos, não vivemos em estado de exceção, e os únicos que prendem deputados e jornalistas são os ministros do Supremo. A nova Constituição foi publicada em 1988, dando direitos e mais direitos e exigindo dos cidadãos brasileiros poucos deveres, conforme queriam os socialistas.
“A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o Estado Democrático de Direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais. Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal”.
- Uai! “A semente plantada rendeu frutos”? Inventar que essa carta escrita em 1977 foi o fator determinante para o Brasil superar a Ditadura que terminou em 1985, é acreditar que todos nós temos o miolo mole. E esses grandes patriotas e estudantes de direito do Largo do São Francisco conseguiram compreender que todos devem respeitar e zelar pela Constituição. Eu me sinto emocionado com esse entendimento...
“Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular. A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição: 'Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição'.”
Ah! Ah! Ah! Que coisa mais óbvia! São esses os futuros mestres do Direito brasileiro, todos amestradinhos e seguindo as ordens dos juristocratas? Escrever obviedades e publicá-las em nome de uma Universidade de Direito, realmente, não merece comentários.
“Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral. Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito”.
- Uai! Nossas eleições com urnas eletrônicas servem de exemplo ao mundo? Os pobres redatores confundem a tal urna, que parece mais um brinquedo de criança, onde se digita um número, aperta-se um botão e fim. Fim. Não tem como comprovar absolutamente nada. Não tem como auditar. É um brinquedo que não permite auditagem. Simples assim. Esse brinquedo eletrônico é usado pelo Brasil, Butão e Bangladesh. Esse é o processo eletrônico que tem servido de exemplo ao mundo, mas o mundo insiste em não adotar. Que pena... O resto do mundo é inepto, carece de falta aptidão, de inteligência... Que argumento mais idiota!
“Vivemos em um país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude”.
- Então a nata da elite brasileira descobriu que temos desigualdades sociais. Durante 14 anos de governo do PT, que assaltou a nação brasileira e entregou o governo a Jair Bolsonaro com 13 milhões de desempregados, com todas as estatais dando prejuízo, além de terem sido aparelhadas e escamoteadas, essa tal elite estava cega, nada enxergava. Abriu os olhos em 2018, quando Bolsonaro foi eleito e começou a governar. Abriu os olhos em 2020 quando veio a pandemia que durou 2 anos e pediram: ‘fique em casa a economia a gente vê depois’. E abriram ainda mais os olhos em 2022, quando perceberam que Bolsonaro diminui o desemprego, saneou as estatais, retirou os privilégios da elite e então descobriram que o estado é ineficiente. É muito cinismo.
“Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos”.
- Deveríamos? Como assim? São mais de 30 partidos políticos, são mais de 10 candidatos a presidente, 27 candidatos a governador, passam de mil os candidatos ao poder legislativo. Nenhum deles tem propostas para o país? Ou o redator do texto é idiota ou quer afirmar que ele e seu grupo é que possuem as propostas. Notem que a cartinha ofende a todos os candidatos e partidos.
“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições. Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira”.
- Imenso perigo? Então ninguém deve e nem pode contestar nada? Que festa democrática é essa, onde as ideias contrárias são silenciadas? Nenhuma pessoa pode “questionar a lisura do processo eleitoral”? Os juristrocratas inventaram o sistema perfeito! Pela primeira vez na história da humanidade homens imperfeitos fizeram uma urna eletrônica perfeita! Isso realmente é o máximo. Silencio! Cale-se! Eu mando! O sistema é perfeito!
“São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão. Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”.
- Ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil? De onde tiraram essa ideia? Incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional? Toda violência que o povo brasileiro assistiu nos tempos atuais partiu do PT e seus agregados: invasões de propriedades alheias, quebra-quebra, incêndios nas lojas quando saíram às ruas. Isso não acontecerá de novo, podem ter certeza os autores da cartinha.
“Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos às brasileiras e aos brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições”.
- Isso é uma piada? Defesa da democracia? Que ridículos!
No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições. Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona: Estado Democrático de Direito Sempre!"
- E eu mando mais uma gargalhada de desprezo: Ah! Ah! Ah!
Vocês pensam que o povo brasileiro é idiota. Imaginam que o povo não os conhece. Vocês são anjos salvadores caídos do céu que redigiram uma cartinha para salvar a nação brasileira.
Ninguém está dando a mínima para vocês ou vocês acham que o povo não percebe o que está acontecendo? Eis os organizadores do evento: professores e ex-alunos da instituição USP, juízes, o grupo Prerrogativas (advogados milionários, liderados por Kakai, que defenderam os ladrões do dinheiro público na Operação Lava Jato), juristas, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos tribunais de contas, nove ministros do STF e mais os ministros aposentados.
É a festa da grande elite juristocrática reunida, que não possui um voto, mas imagina governar o Brasil. É a juristocracia açoitando a mente dos brasileiros. Não cola e nem vai colar.
Todas essas criaturas buscam aparecer, ser notícia. O esquema é bem conhecido: criam um fato e os jornalistas do “consórcio de imprensa” divulgam dia e noite como verdade absoluta. Ocorre que agora o povo se comunica através da Internet, e como diz um amigo meu:
- “Vocês estão é ‘lascados’, chicoteadores do povo brasileiro”!
Faço uma sugestão: Caio Copolla entregou ao Senado um abaixo-assinado com 3 milhões de assinaturas, não foram 59, nem 500, nem três mil, mas 3 milhões de brasileiros que assinaram pedindo o impeachment de Alexandre de Morais. Que tal os doutos assinantes da cartinha exigirem o cumprimento da vontade popular, pois afirmam que ela é soberana...
Termino com o mesmo Jorge Serrão, comentarista da Jovem Pan, que abre o texto:
“Os aliados de Lula – e por extensão, inimigos de Bolsonaro – são fáceis de identificar. Eles posam de supostos defensores da “democracia”: sindicatos que querem o retorno do imposto sindical, artistas desejosos da mamata com esquemas de lei de incentivo cultural, juristas que lucraram alto defendendo réus no mensalão, petrolão e outros esquemas menos votados. Tudo sustentado com bilhões roubados dos cofres públicos ou com o dinheiro fácil de empreiteiros e banqueiros que lucraram alto e desejam faturar ainda mais com o retorno do PT ao poder federal. Aliás, os banqueiros têm raiva de Bolsonaro porque perderam R$ 40 bilhões só com a chegada do PIX – que já reúne 131 milhões de pessoas cadastradas. Por tudo isso, nosso voto tem de expurgar da vida pública os saudosistas da corrupção nazicomunopetralhas.
Bolsonaro só perde para Lula se a roubalheira corromper a votação. Só que essa tragédia não acontecerá – para pavor da oligarquia corrupta”.
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Jornal da Cidade