terça-feira, 2 de março de 2021

Secretário de Agripino Doria rechaça 'lockdown': 'As pessoas vão morrer de fome'

Jean Gorinchteyn defende restrições 'mais robustas e enérgicas', mas diz que fechamento total da economia poderia causar um 'problema civil'


'Fazer o lockdown significa colocar uma parcela vulnerável numa situação difícil sem o auxílio', diz Jean Gorinchteyn
'Fazer o lockdown significa colocar uma parcela vulnerável numa situação difícil sem o auxílio', diz Jean Gorinchteyn | Foto: Vinícius Nunes/Asi/Estadão Conteúdo

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta terça-feira, 2, que é contra a decretação do lockdown em todo o Brasil como tentativa de conter o avanço da covid-19.

Em entrevista à CBN, o responsável pela área da saúde na gestão do governador Agripino Doria (PSDB) alertou para as consequências do fechamento total da economia, principalmente para os mais pobres.

“Sou contra o lockdown, como ele é feito em outros países, enquanto nós não tivermos esse auxílio [emergencial] para as pessoas que dependem disso. Temos que fazer restrições mais robustas e enérgicas, mas o lockdown no nosso país, não temos condições de fazer. As pessoas vão morrer de fome. Vamos ter um problema civil.”

Gorinchteyn afirmou ainda que “fazer o lockdown significa colocar uma parcela vulnerável numa situação difícil sem o auxílio”.

O secretário da Saúde também opinou sobre a área da educação, falando sobre a situação das escolas em meio ao agravamento da pandemia. Para Gorinchteyn, as aulas presenciais deveriam ser repensadas neste momento.

“Se nós estamos entendendo que as pessoas estão em risco circulando, temos que avaliar as situações em que as pessoas estão expostas. Então, temos que avaliar as escolas”, disse.

“O problema não são as escolas, mas a circulação das pessoas em seus entornos. Professores, pais que levam os filhos, o transporte público… Nos próximos dias, vale observamos isso.”

Leia também: “O fracasso do lockdown, reportagem de Branca Nunes e Paula Leal publicada na Edição 45 da Revista Oeste

Fábio MatosRevista Oeste