quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Indústria sobe 8% em julho em relação a junho, diz IBGE

 É o 3º mês seguido com resultado positivo

Avanço ainda não elimina perdas com a pandemia provocada pelo vírus chinês

Setor de veículos puxa alta de 8% na indústria brasileira em julhoItamar Aguiar/Palácio Piratini


A produção industrial subiu 8% em julho frente ao mês anterior. Os dados foram divulgados nesta 5ª feira (2.set.2020) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eis a íntegra (4 Mb).

O resultado foi acima da expectativa dos analistas do mercado financeiro. Segundo as projeções obtidas pelo Poder360, a maioria das estimativas indicavam crescimento de 5% a 7% do setor.

Esse é o 3º mês seguido de alta. Pela 1ª vez na série histórica iniciada em 2002, 25 dos 26 setores apresentaram taxa positiva.

IBGE revisou para cima o resultado de junho ante maio (de 8,9% para 9,7%) e a de maio ante abril (de 8,2% para 8,7%). Eis o resultado dos últimos 12 meses:

O resultado, porém, não elimina perdas com a pandemia de covid-19. Na base anual, a indústria em julho caiu 3%. No ano, tombou 9,6%. Em 12 meses, teve retração é de 5,7%.

“Observa-se uma volta à produção desde maio, e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas do período mais forte de isolamento”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo. Segundo ele, o resultado abaixo do patamar abaixo do ano passado mostra que há espaço para recuperação.

SEGMENTO

Todas as 5 grandes categorias pesquisadas registraram alta na passagem de junho para julho. Eis abaixo:

  • bens de consumo duráveis: 42,0%;
  • bens de capital: 15,0%;
  • bens de consumo: 9,3%;
  • bens intermediários: 8,4%;
  • bens de consumo semi e não duráveis: 4,7%

Houve altas em 25 dos 26 ramos pesquisados. Essa disseminação de taxas positivas mostra avanço da indústria depois medidas que flexibilizaram o isolamento social.

“Alguns setores sentiram menos, como alimentos e produtos de limpeza, mas no geral, houve uma perda muito grande no isolamento”, disse Macedo.

A principal influência positiva para o mês foi o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 43,9% frente a junho. “A indústria automotiva puxa diversos setores em conjunto, sendo o ponto principal de outras cadeias produtivas”, afirma Macedo. O setor acumula expansão de 761,3% nos últimos 3 meses, mas ainda assim encontra-se 32,9% abaixo do patamar de fevereiro.

Eis abaixo:

 

Douglas Rodrigues, Poder360