O 'diesel verde' chega ao Brasil com os primeiros testes em escala industrial já realizados pela Petrobrás, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Os testes foram realizados no último sábado.
O combustível já é largamente utilizado em países europeus e nos Estados Unidos, e tem rendimento nos motores melhor do que o biodiesel à base de éster que vem alimentando a mistura ao diesel desde 2004 no Brasil.
O atraso da chegada do 'diesel verde' ao Brasil tem tudo a ver com a corrupção que assolou o país nos governos FHC, Lula e Dilma. A bandalheira foi particularmente inclemente na Petrobras. No governo FHC, o jornalista Paulo Francis denunciou no programa 'Manhattan Connection' o roubo na estatal.
FHC fez de conta que não era com ele, e os diretores da petroleira processaram Francis. Logo em seguida, o jornalista morreu... E nos governos Lula e Dilma, os mais corruptos da história, bandidos assumiram de vez a Petrobras e a corrupção foi à estratosfera. Com o Petrolão... de Lula. O resto é história.
O diesel verde, também conhecido como Hydrotreated Vegetable Oil (HVO), ou ainda diesel parafínico renovável foi patenteado numa primeira versão como H-Bio pela Petrobrás em 2006. De lá para cá, o produto evoluiu e segundo os testes feitos pela empresa resultaram em "um produto final de alta qualidade e atendendo a todas as especificações necessárias".
Foram processados 2 milhões de litros de óleo de soja, que resultaram na produção de cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel com conteúdo renovável.
Os testes da Petrobrás serão utilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para ajudar a formular a regulamentação necessária para que o produto entre em produção comercial. Os estudos da agência sobre o tema começaram no ano passado.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) Adriano Pires, o desempenho do diesel verde nos motores é superior ao do biodiesel e tem a vantagem de ser produzido dentro da refinaria, no processo de produção de diesel, e pode obter um preço menor do que o biodiesel - criticado por custar mais que o diesel -, e ainda reduzir mais emissões de gases efeito estufa (GEE). A desvantagem é que o diesel verde mantém como base um combustível fóssil, cada vez menos bem visto por investidores no mundo todo.
"Pode ser um substituto do biodiesel, ser uma melhor mistura. O Brasil tem riqueza agrícola incrível. Se o diesel verde for mais barato e menos poluente, não tem porque ir contra", avalia Pires. "O biodiesel não melhora o rendimento do motor e é mais caro que o diesel."
O novo combustível resulta da mistura do processamento de óleo vegetal ou gordura animal ao diesel fóssil dentro das unidades de processamento das refinarias. Depois de anos aguardando uma melhor oportunidade de mercado, o assunto voltou à tona durante evento online com a diretora de Refino e Gás Natural da Petrobrás, Anelise Lara, que ao anunciar nesta terça-feira, 14, o sucesso dos testes do biocombustível na Repar destacou o ganho para o meio ambiente, "uma das soluções para a necessidade de descarbonização do transporte rodoviário."
A Repar está na lista de refinarias a serem privatizadas. De acordo com declarações recentes da companhia, é a segunda que deverá receber propostas vinculantes, depois da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) estar praticamente vendida. A possibilidade de produção de diesel verde vira um atrativo mais na venda, já que o combustível é bastante consumido no exterior.
Biocombustível é misturado ao diesel comercializado nos postos
Segundo a Petrobrás, o objetivo do novo produto é atender, em conjunto com o biodiesel já existente, a parcela de biocombustível que deve ser misturada ao diesel comercializado nos postos. Atualmente, o biodiesel é misturado ao diesel mineral em uma proporção de, no mínimo, 12% pelas distribuidoras de combustível, e chegará a 15% até 2023. Recentemente, a estatal colocou à venda três usinas de biodiesel da PBio, entre outros ativos da subsidiária.
Em Nota Técnica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor de transporte é apontado como maior emissor global de GEE, sendo o diesel verde, ou HVO, como uma das soluções que podem ajudar a combater o aumento das emissões poluentes. O documento mostra que o HVO já é o terceiro maior biocombustível em volume de produção no mundo e cresce mais do que os biocombustíveis a base de éster (biodiesel).
"O biodiesel base hidrocarbonetos parafínicos apresenta-se como importante alternativa para o atendimento a critérios estabelecidos para a motorização atual e futura prevista pelo Proconve para veículos pesados. Além disso, já está sendo considerado no Renovabio", avalia a nota, citando os dois programas do governo.
Assim como Pires, a EPE também destaca a boa performance do diesel renovável nos motores, melhorando inclusive ao desempenho, e diz que redução de emissões em relação ao diesel fóssil podem variar entre 50% e 90%. Em relação ao biodiesel a vantagem é de cerca de 15%, segundo a Petrobras. A logística também seria facilitada pelo aproveitamentos dos dutos já existentes, analisa a EPE, além do fato do diesel verde ser considerado quimicamente estável por já ser produzido misturado ao diesel.
A empresa de planejamento indica que sejam feitos estudos sobre o potencial da demanda e mercados concorrentes e observa, sobre as especificações que serão regulamentadas pela ANP, que "exigências superiores quanto à especificação têm o potencial de incrementar o preço do produto final", alerta.
Com informações de Denise Luna, O Estado de S.Paulo