Leilão do 5G ficou para 2021 e palavra final sobre participação de empresas chinesas será do presidente Jair Bolsonaro
Na semana passada, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, confirmou que o leilão da internet 5G no Brasil ficará para 2021.
Ele adiantou que o assunto será alvo de muitas discussões até que seja definido os parâmetros de como essa tecnologia será explorada.
Um dos temas centrais é se o governo vai impor algum tipo de restrição à participação de gigantes chinesas, principalmente a Huawei.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca que países aliados impeçam que a Huawei participe da implementação do 5G. Ele alega que a empresa espiona as redes e aparelhos para o governo chinês.
“Cabe a mim como ministro da área receber todas as demandas, os players que estão disputando, verificar a questão de transparência, preço e investimento para que o presidente possa fazer a escolha”, disse Fábio Faria em entrevista a Jovem Pan no dia 3 de julho.
Em live no mês passado, o presidente Jair Bolsonaro destacou que o governo fará “o melhor negócio”, levando em conta vários aspectos.
“Nós vamos atender os requisitos da soberania nacional, da segurança das informações, da segurança de dados, e também a nossa política externa”, disse Bolsonaro no dia 11 de junho.
Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes também falou sobre o tema.
Em entrevista à CNN Brasil no domingo, 5 de julho, ele disse que do ponto de vista da competição seria interessante para o Brasil “deixar funcionar a competição” entre as fornecedoras de infraestrutura 5G.
“Na hora que chegar o 5G, seria interessante deixar a competição funcionar. Deixar a Ericsson de um lado, deixar a Huawei do outro lado, deixar chinês brigar com americano, brigar com os nórdicos e ver quem nos serve melhor. Nessa hora em que devíamos dar um mergulho, vem essa primeira nuvem de suspeita e cria um problema geopolítico no que era algo estritamente econômico”, declarou o ministro.
Paulo Guedes disse, no entanto, que existe uma suspeição em relação a resposta da China à pandemia.
” ‘Será que demoraram a comunicar que essa crise era pandêmica que era um problema sério’. Essa suspeição geopolítica veio em um momento ruim. No momento exatamente em que nós temos que dar um salto quantitativo, tecnológico”, apontou o ministro da Economia.
Além da Huawei, a chinesa ZTE também atua no mercado de tecnologia 5G.
Afonso Marangoni, Revista Oeste