5G é o nome dado à tecnologia de quinta geração de conexão móvel. Ele vai suceder o 4G, usado hoje por smartphones e máquinas conectadas, mas também poderá ser utilizado por dispositivos de casa, como computadores, e por aparelhos presentes em espaços públicos, como semáforos urbanos e até mesmo carros autônomos.
O 5G traz outra característica muito importante: a queda na latência – o tempo de resposta entre um dispositivo enviar um pedido à rede de internet e ele ser respondido. É por conta dela que muitos avanços serão permitidos por essa nova tendência, que já está disponível em países como EUA e Coreia do Sul. Aqui no Brasil, a previsão mais otimista dá conta que o 5G deve chegar apenas em 2021 – mas é bom já ficar atento às suas vantagens.
Diferença de velocidade de download e upload no 5G e no 4G
Estima-se que, em seu potencial máximo, a tecnologia 5G seja capaz de atingir velocidade de download de 10 gigabits por segundo (Gbps) – dez vezes mais do que o máximo possível de ser alcançado por uma rede 4G.
Em termos práticos, isso significa que uma tarefa que demora em torno de 20 segundos no 4G – como baixar uma playlist de uma hora no Spotify – pode levar apenas 2 no 5G.
O que é latência – e como ela muda tudo
Para se ter uma boa conexão de internet, não basta apenas que ela seja veloz, mas também que tenha uma latência baixa. Latência é o termo técnico para identificar o tempo de resposta de uma rede, a partir do momento em que o usuário faz uma solicitação (como, por exemplo, acessar uma página ou baixar um arquivo). É como se fosse o tempo de reação de uma rede – da mesma forma que o cérebro humano reage a algo que vê ou sente.
Na média, a latência de uma rede 4G gira em torno de 50 milissegundos (ms). Já a latência prevista para as redes 5G é de 1 ms. Enquanto isso, o tempo médio de reação do cérebro humano para uma imagem, por exemplo, é de 10 ms.
Na média, a latência de uma rede 4G gira em torno de 50 milissegundos (ms). Já a latência prevista para as redes 5G é de 1 ms. Enquanto isso, o tempo médio de reação do cérebro humano para uma imagem, por exemplo, é de 10 ms.
O que o 5G vai possibilitar
Graças à sua combinação entre velocidade e latência, o 5G vai permitir avanços importantes na tecnologia. O mais evidente deles é o dos carros autônomos.
CARROS AUTÔNOMOS
Hoje já estão sendo testados e tem algum nível de segurança – muitos deles conseguem rodar por quilômetros sem qualquer intervenção humana. Com o 5G, porém, isso pode se tornar ainda mais simples.
Hoje já estão sendo testados e tem algum nível de segurança – muitos deles conseguem rodar por quilômetros sem qualquer intervenção humana. Com o 5G, porém, isso pode se tornar ainda mais simples.
CIRURGIAS REMOTAS
Hoje, já é possível realizar cirurgias de forma remota, mas o tempo de latência pode fazer com que acidentes aconteçam, de forma que a prática não é recomendada. Com o 5G, isso pode mudar.
Hoje, já é possível realizar cirurgias de forma remota, mas o tempo de latência pode fazer com que acidentes aconteçam, de forma que a prática não é recomendada. Com o 5G, isso pode mudar.
INTERNET DAS COISAS
O 5G também vai beneficiar sistemas como casas conectadas e cidades inteligentes. A meta de fabricantes é de que os sensores tenham baixo consumo de energia, o que permitiria que qualquer máquina tenha um sensor.
O 5G também vai beneficiar sistemas como casas conectadas e cidades inteligentes. A meta de fabricantes é de que os sensores tenham baixo consumo de energia, o que permitiria que qualquer máquina tenha um sensor.
CHAMADAS HOLOGRÁFICAS
Hoje, falar com um amigo por vídeo, via Skype ou WhatsApp é algo corriqueiro. Mas isso pode ir além com o 5G.
Hoje, falar com um amigo por vídeo, via Skype ou WhatsApp é algo corriqueiro. Mas isso pode ir além com o 5G.
STREAMING DE JOGOS
Para os fãs de games, uma boa novidade do 5G é o fim da latência alta – ou seja, nada de morrer com o tiro do inimigo ou tomar um drible num jogo online porque sua conexão está ruim.
Para os fãs de games, uma boa novidade do 5G é o fim da latência alta – ou seja, nada de morrer com o tiro do inimigo ou tomar um drible num jogo online porque sua conexão está ruim.
Quando o 5G estará disponível no Brasil
Essa é uma pergunta difícil de responder. Inicialmente previsto para o ano que vem, o edital do leilão das frequências para o 5G deve ficar só para 2021, por conta de decisões que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda tem de tomar. Depois do leilão, as operadoras precisam de um tempo para instalar a infraestrutura e fazer os testes adequados.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estado, uma data otimista deve ser o final de 2021 ou o início de 2022. Já de acordo com previsão da GSMA, associação que representa os interesses das operadoras móveis em todo o mundo, o 5G só deve ganhar força no Brasil a partir de 2023.
Segundo especialistas ouvidos pelo Estado, uma data otimista deve ser o final de 2021 ou o início de 2022. Já de acordo com previsão da GSMA, associação que representa os interesses das operadoras móveis em todo o mundo, o 5G só deve ganhar força no Brasil a partir de 2023.
Vou precisar de um celular novo para usar o 5G?
Sim! Cada celular tem uma peça específica para acessar a internet, chamada modem. Modems 5G estão começando a chegar os celulares, mas ainda encarecem o preço dos aparelhos – os modelos mais simples, da chinesa Xiaomi, custam em torno de US$ 500. A maioria dos (poucos) aparelhos ainda está em torno de US$ 1 mil. É um valor, porém, que deve cair ao longo de 2020, com a popularização dessas redes em países desenvolvidos.
Que países já tem o 5G
46 países já operam o sistema ou efetuam testes
Bruno Capelas, Marcela Coelho, William Mariotto e Marcos Muller, O Estado de São Paulo