sábado, 8 de fevereiro de 2020

Eficiência energética é a chave para avanços econômicos

Entre os maiores consumidores
 globais de energia, o País 
ainda tem muito a avançar nas 
estratégias de eficiência 
energética, mas já existem
bons exemplos a serem 
seguidos


m junho do ano passado, o American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE) lançou um relatório bianual que avaliou as políticas em eficiência energética e desempenho entre os 25 países que mais consomem energia globalmente. O Brasil ficou na 22ª posição. O desempenho não foi dos melhores, mas isso não significa que o País não tem importantes iniciativas em curso. Elas estão aí, mas precisam ganhar mais tração.
É importante reforçar que se entende por eficiência energética, todo trabalho realizado nos processos produtivos com o objetivo de torná-los mais eficientes, reduzindo a fuga de energia. Para o gerente comercial de soluções energéticas da CPFL Soluções, José Roberto de Fabre, trata-se de saber utilizar a energia de forma mais eficiente, eliminando desperdícios e gastos desnecessários. “A partir do momento em que isso acontece, a consequência é redução na conta, mais sustentabilidade e redução nas emissões de carbono”, afirma. E, para que a energia seja utilizada desta forma, o mercado conta hoje com uma série de tecnologias, programas e treinamentos com esse fim. “No final, o usuário terá sempre a percepção da redução do consumo, além de ajudar a sociedade e o meio ambiente”, explica.
Do lado do governo, esse tipo de ação é fomentado pelo Programa de Eficiência Energética (PEE), criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a partir da regulação do setor elétrico na década de 90. O programa estabelece a obrigatoriedade de aplicação mínima de 0,5% da receita operacional líquida das concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica em programas de eficiência energética.
Hoje, o Brasil tem 1.704 projetos registrados no programa, que devem gerar uma economia de 4.628.68 GWh e uma redução de 1.403.40 MW na demanda. “Com isso, é possível desafogar o sistema. Por exemplo, se a distribuidora fornece energia para dez empresas e metade delas começa a produzir sua própria energia, torna-se possível atender mais cinco ou dez empresas, sem que seja necessário ampliar ou comprometer o sistema”, compara.

Consultoria e soluções

Para que este resultado seja alcançado, há uma série de ações que podem ser tomadas pelos usuários corporativos, que são os que apresentam maiores possibilidades de redução. O gerente de aplicação em eficiência energética e geração distribuída da CPFL Soluções, Eberson Muniz, explica que isso pode ser feito nas frentes de redução de consumo, com a troca de lâmpadas tradicionais por lâmpadas de LED ou a troca de motores elétricos por outros mais novos e eficientes; e produção própria, como a conversão de energia térmica em energia elétrica.
“Medidas como essas podem trazer economia expressiva, em patamares de até 80%”, diz. O segredo, revela, está na identificação do maior vilão, que pode variar caso a caso. “Por exemplo, em shopping centers, mais de 50% do consumo de energia vem do ar condicionado. Já nas indústrias, o consumo maior vem de motores elétricos obsoletos. ” Justamente por isso, as empresas interessadas em programas de eficiência energética devem fazer uma avaliação detalhada de seu ambiente, para depois planejar suas iniciativas. “Não existe um produto de prateleira para isso, daí a necessidade de se realizar estudos caso a caso”, explica.
Como este não é o negócio principal das usuárias de energia, há hoje diversas empresas no mercado que oferecem serviços de análise e implementação de políticas de eficiência energética. A CPFL Soluções, por exemplo, fecha contratos de longa duração – de 10 a 15 anos – e faz todos os investimentos necessários na estrutura do cliente. Fabre, gerente comercial da companhia, explica que “permitimos que nossos clientes se capitalizem. Neste modelo, o Capital que serias investido em projetos de Eficiência Energética, pode ser direcionado para seu “Core Business” / Processos Produtivos, Ampliações de Plantas, etc. Também é importante considerar que além do Capital que deixa de ser Investido (CAPEX) o cliente passa a ter economia em sua conta de Energia.
Na prática, a companhia fornece toda a assessoria e investimento, oferecendo de 30% a 40% de economia com a implementação de projetos integrados. Estes projetos podem ser realizados nas áreas de climatização, força motriz, autoprodução e cogeração. “Com isso ajudamos empresas que têm a ideia, mas não tem capital e movimentamos o mercado em diferentes frentes: o cliente consome menos e a distribuidora consegue atender mais usuários com a mesma estrutura”, compara Fabre.

O Estado de São Paulo