quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Natal negro de Dilma 'trambique': Nove em cada dez empresas não pretendem contratar no fim do ano

Eduardo Gonçalves - Veja






Funcionários das lojas Casas Bahia comemoram abertura das vendas do Black Friday, em São Paulo
Só 7% dos empresários disseram que pretendem reforçar o quadro de funcionários no fim do ano(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
Para os empresários do setor de comércio e serviços, o último trimestre costuma ser o mais aguardado para movimentar os negócios, sobretudo por causa das festas de fim de ano. Isso leva as empresas a ampliar o quadro de funcionários para suprir a esperada demanda do período. A crise econômica, no entanto, tem derrubado as expectativas do segmento, e o setor tem colocado o pé no freio para se ajustar à época de vacas magras. Nove em cada dez empresários (88%) disseram que não contrataram nem pretentem contratar funcionários para reforçar o efetivo no fim do ano. Apenas 7% afirmaram que ainda não admitiram ninguém, mas o planejam fazer até dezembro.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgado nesta quinta-feira. Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a explicação para esse desânimo generalizado está na conjuntura atual da economia. "O empresariado imagina que os resultados do Natal, a principal data comemorativa em número de vendas e faturamento, serão ruins, o que os impede de investir em infraestrutura e, principalmente, desestimula a contratação de mão de obra", afirmou Pinheiro.
Segundo a pesquisa, 45% dos empresários esperam vendas piores para os últimos meses do ano. Outros 28% projetam um desempenho igual a 2014. Entre as principais razões apontadas pelos executivos para o pessimismo, estão as mudanças na política e no cenário econômico atual (32%), o desemprego (20%) e a inflação alta e diminuição no poder de compra das famílias (16%). "Os empresários entendem claramente que o ambiente econômico desfavorável inibe o consumo e faz com que muitos consumidores repensem seus hábitos de compra, a fim de enfrentar a crise", afirmou, em nota, a economista-chefe da SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Apenas 27% dos empresários consultados disseram que pretendem investir no Natal, contra 71% que não o farão. A quebra de expectativas do empresariado se justifica ainda quando levado em conta o desempenho fraco de outras datas festivas do ano, como o Dia das Mães, dos Namorados e dos Pais. Realizada em setembro, a pesquisa ouviu 1.168 empresários em capitais e cidades do interior do país.