Em um afago ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA), a presidente Dilma Rousseff ofereceu ao filho dele, Helder Barbalho, a troca do Ministério da Pesca pela Secretaria de Portos na nova composição ministerial. Ex-prefeito de Ananindeua, Helder foi o candidato governista derrotado na disputa pelo governo do Pará nas eleições de 2014 e fisgou a cadeira de ministro no início do segundo mandato.
Se a mudança de Helder Barbalho se concretizar, o governo dará como encerrada a cota de indicações dos senadores do PMDB. Já estão na conta outros dois ministérios: Minas e Energia, de Eduardo Braga, e Agricultura, de Kátia Abreu, e agora Helder Barbalho.
A reforma do primeiro escalão do governo está em fase final de articulação para que Dilma anuncie a nova equipe até esta sexta-feira. O ex-presidente Lula foi a Brasília opinar nas substituições.
Se Helder Barbalho assumir Portos, o atual titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha, continuará no mesmo cargo. Padilha é indicação pessoal do vice-presidente, Michel Temer. De acordo com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, a presidente Dilma chegou a oferecer aos senadores peemedebistas a indicação tanto para Portos quanto para Aviação Civil. Nesta tarde, Eunício e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se reúnem com Dilma para acertar os detalhes finais da participação do PMDB na Esplanada dos Ministérios.
A costura da nova composição do governo leva em conta a necessidade do Palácio do Planalto de conseguir apoio suficiente para barrar pedidos de impeachment contra a presidente. E mais: a distribuição de cargos é encarada pelo governo como uma forma de acelerar no Congresso a votação do novo pacote de ajuste fiscal. "O governo precisa e está fazendo um esforço grande para garantir a governabilidade. Ele está pautando, sim, essa reforma para fidelizar a base, para ter uma base forte na Câmara e no Senado", afirmou o líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS).