Dilma Rousseff descobriu em Catanduva, há poucas semanas, que no interior paulista a avaliação do seu governo, somados os índices de “ruim” e “péssimo”, logo vai passar de 100%. É compreensível que, antes da visita a Presidente Prudente, tenha procurado sondar os humores da cidade na conversa por telefone com Miguel Francisco, locutor da Rádio 1440 AM.
A euforia do radialista e as perguntas grávidas de exaltação patriótica convenceram a visitante de que o clima em Presidente Prudente oscilava entre o “bom demais” e o “para lá de ótimo”. À vontade como um tesoureiro do PT na sala do cofre, Dilma garantiu que as coisas vão muito bem, que o desastre econômico logo vai passar, que a sobriedade da turma do Planalto já recolocou o país no caminho certo. O Brasil só não pôde comemorar a retomada do desenvolvimento porque a oposição deu de transformar pecados veniais em justificativas para um golpe de Estado.
“Estamos aqui torcendo pelo seu governo, porque torcer pelo seu governo é torcer pelo Brasil”, derramou-se Miguel Francisco quando a conversa de comadres ia chegando ao fim. “Agora, um pedido de um brasileiro: professora Maria Solange Caravina, mãe do meu filho, é professora da rede estadual aqui em Presidente Prudente. Ela é petista e Dilma Rousseff até o tutano dos ossos. Ela tá ouvindo a rádio. Se a senhora mandar um abraço para ela, ela vai ficar muito feliz comigo, senhora presidenta”.
A continuação do diálogo parece mentira. O áudio no fim do post prova que é tudo verdade. Aparentemente emocionada com a informação tão estimulante, Dilma demorou a acertar o nome da admiradora confessa. Acompanhe o desfecho do diálogo de hospício:
Dilma: “Olha, eu… cê vai repetir o nome dela, Miguel”.
Jornalista: “Maria Solange Caravina”.
Dilma: “Lia Solange Carabina. Eu não só mando…”
Jornalista: “Maria… Maria…”
Dilma: “A Lia Maria… Não… Maria Solange… Maria Solange… ô..”
Jornalista: “Maria Solan…”
Dilma Rousseff: “Maria Solange…”.
Jornalista: “Caravina”.
Dilma: “Eu quero te… Eu quero te dizê uma coisa, Maria Solange. Quero primeiro agradecê esse abraço, esse beijo, pelas… pelas… pelas ondas da Rádio Comercial 1440 AM de Presidente Prudente. E te dizê o seguinte: é por pessoas como você que a gente continua firme lutando pelo Brasil. Um abraço e um grande beijo pra você”.
Só na última frase a presidente decorou o prenome da dilmista de Presidente Prudente. Ainda em dúvida quanto ao sobrenome, preferiu limitar-se ao Maria Solange. Sorte do maridão Miguel Francisco. Sabe Deus como seria recebido em casa pela mulher transformada duas vezes por Dilma numa carabina de grosso calibre.