As ações da Petrobras despencaram nesta manhã, na bolsa. Às 12h22, as preferenciais valiam R$ 6,86, queda de 6%. Para Flávio Conde, da consultoria WhatsCall, o mercado reage à alta do dólar, que denomina grande parte da dívida da empresa. Nas projeções dele, com a moeda americana valendo R$ 4,05, a dívida bruta da companhia atingiu R$ 522 bi.
Nem mesmo a notícia de que o programa de desinvestimentos da companhia começa a ser destravado animou os investidores. Em fato relevante, a Petrobras anunciou que está em fase final de negociações da venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui.
— A notícia é positiva, mas não muda a percepção dos investidores. A cada R$ 0,10 de aumento no dólar, a dívida bruta da Petrobras sobe R$ 10 bi. No final do segundo trimestre, o endividamento estava em R$ 415 bi; hoje pela manhã, chegou a R$ 522 bi. O risco-Brasil também está na máxima. A empresa está com muita dificuldade de financiar sua dívida —, explica Conde.
Para ele, uma medida imediata seria reajustar a tabela de preços dos combustíveis. Pelo modelo de Conde, a Petrobras está vendendo gasolina com defasagem de 10% em relação ao preço internacional, mais uma pressão sobre o caixa da empresa.
