segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Cunha defende manutenção de veto do reajuste salarial de servidores do Judiciário


Declaração do presidente da Câmara, que atende aos anseios do governo, foi feita logo após almoço com o vice Michel Temer

Brasília - Após conversar com o vice-presidente da República, Michel Temer, nesta segunda-feira, 21, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que não se derrube o veto presidencial ao reajuste dos servidores do Judiciário. O reajuste que gera desespero no Palácio do Planalto cria despesa de R$ 25,7 bilhões até 2018.

Pelas contas do Ministério do Planejamento, a aprovação da medida significa custo adicional de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bilhões em 2017 e R$ 10,5 bilhões a partir de 2018.
"Eu acho que, concretamente, não deve se derrubar esse veto. Seria uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira. É acender fósforo no tanque gasolina. Não sou partidário disso", afirmou Cunha ao chegar à Câmara, após almoço no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República.
Para Cunha, a sessão do Congresso, marcada para a noite desta terça-feira, 22, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deveria ser novamente adiada. "A gente não pode saber o que vai acontecer. O ideal é que a gente não votasse isso amanhã", disse o presidente da Câmara.
Cunha disse ter sentido comedimento de líderes, inclusive da oposição, em relação à derrubada do veto, um dos itens da pauta-bomba que será discutida na sessão do Congresso. "Não tem sentido a gente recriminar e não concordar com a criação de imposto, e ajudar a criar despesa", disse o peemedebista. "O debate vai se colocando para todo mundo na medida em que o governo vem com déficit, com proposta de criação de imposto...", ponderou Cunha.