domingo, 4 de maio de 2025

Ex-advogado do covil do PT, Toffoli beneficiou - alô Lava Jato - 28 estrangeiros ligados à Odebrecht com anulação de provas

 Entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ajudou pessoas de diversos países, como Panamá, Peru, Equador, Colômbia, Holanda e Argentina


O ministro Dias Toffoli, durante a sessão plenária | Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

Desde junho de 2023, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou provas contra 28 estrangeiros investigados por corrupção, em processos ligados à Odebrecht, conforme levantamento feito pelo jornal Gazeta do Povo. 

A justificativa para as anulações foi em razão da alegação de que a empresa sofreu coação para firmar acordo de leniência, de modo a comprometer a validade das provas obtidas. Essas decisões impactaram a cooperação jurídica internacional do Brasil e impediu atos de cooperação e instrução no país.

Entre os beneficiados pelo entendimento de Toffoli, estão políticos e empresários de diversos países, como Panamá, Peru, Equador, Colômbia, Holanda, Argentina, México, Áustria, Espanha e Suécia. 

Apesar disso, as anulações brasileiras não garantiram que os envolvidos escapassem das acusações em seus países de origem. 

Impactos das decisões de Toffoli no Peru e no Equador


Nadine Heredia e o ex-presidente Ollanta Humala | Foto: Divulgação/Presidência do Peru

No Peru, o ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, foram condenados por lavagem de dinheiro em casos relacionados à Odebrecht. Toffoli anulou as provas contra Humala em agosto de 2023, mas isso não impediu a Justiça peruana de prosseguir com as condenações. 

Além disso, o ministro do STF anulou provas contra Jaime Yoshiyama e Susana de la Puente, ambos ligados a campanhas presidenciais no Peru. 

Já no Equador, as anulações também beneficiaram o ex-vicepresidente Jorge Glas Espinel e o ex-controlador-geral Carlos Pólit, acusados de receber propinas. 

Repercussões no Panamá, na Colômbia e em outros países


No Panamá, o ex-presidente Ricardo Martinelli e seus filhos receberam acusações sobre lavagem de dinheiro. Toffoli anulou provas contra eles e outros ex-funcionários do governo, como Juan Carlos Varela e Demetrio Papadimitriu. As decisões beneficiaram também os empresários Riccardo Francolini Arosemena e Juan Antonio Niño Pulgar. 

No caso da Colômbia, Óscar Iván Zuluaga e seu filho, envolvidos em uma campanha presidencial financiada pela Odebrecht, também foram beneficiados pelas decisões. 

Na Holanda, Toffoli anulou provas contra os empresários Paul Willem Van Wijlen e Hendrik Andries Van Wijlen, investigados na Operação Máquina. No México, Emilio Lozoya, ex-executivo da Pemex, foi outro beneficiado. 

Na Áustria, Peter Weinzierl recebeu a mesma decisão, enquanto na Suécia, a acusação contra Bo Hans Vilhelm Ljungberg foi por intermediar propinas à Petrobras. Essas decisões impactam não apenas o cenário jurídico internacional, mas também levantam questões sobre a integridade dos processos judiciais. 

A anulação de provas baseadas em acordos de leniência firmados sob coação pode ter desdobramentos significativos nas relações jurídicas entre o Brasil e outras nações.




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