segunda-feira, 29 de maio de 2023

Deputados relatam condições ‘sub-humanas’ em terra invadida

Integrantes da CPI do MST visitaram uma fazenda que foi invadida pela FNL há dois anos


CPI MST
Uma das 'casas' que está localizada em uma fazenda invadida pela FNL, no interior de SP | Foto: Reprodução

Em uma das primeiras diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), os membros do colegiado foram até uma fazenda localizada no município de Rosana, no interior de São Paulo.

A propriedade foi invadida pela Frente Nacional de Luta (FNL), movimento sem terra, há dois anos. No local, os oito deputados federais relataram que os moradores vivem em condições “sub-humanas” e com esgoto a céu aberto.

“Vimos vários ‘barracos’, pessoas e crianças morando em condições ‘sub-humanas'”, explicou o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS). “Pela Justiça, se o produtor rural deixar seus trabalhadores nessas condições, ele se torna um autor de trabalho análogo à escravidão. O produtor pode até ser preso.”

Nas gravação obtida por Oeste, Nogueira mostra uma casa feita com uma construção precária, usando tábuas de madeira e lonas. Aparentemente, todas as residências do local são feitas do mesmo modo.

Na fazenda, o parlamentar gravou ainda o que seria um “centro de reuniões”, com várias fotos e frases de grandes líderes da esquerda, como Nelson Mandela, Che Guevara, Vladimir Lenin e Karl Marx.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC), que é integrante da CPI do MST, classificou o local como centro de “doutrinação ideológica”.

“Isso mostra que eles doutrinam essas pessoas”, disse a deputada. “É uma verdadeira terra sem lei, onde tudo é possível e a dignidade humana passa longe. Essa é a face oculta dessas invasões. Eles são submetidos a condições sub-humanas na esperança de ter um pedaço de terra. Essas pessoas são vítimas desses movimentos.”

Rute Moraes, Revista Oeste