O presidente do país, Volodymyr Zelensky, já havia adiantado que o Kremlin planejava invadir a capital
O Exército da Rússia invadiu Kiev na madrugada deste sábado, 26, com o objetivo de assumir o controle da capital ucraniana. De acordo com a agência de notícias Interfax, os soldados russos avançaram sobre a base militar de Kiev e atacaram uma geradora de eletricidade. Cerca de 50 explosões foram registradas nas principais artérias do país.
Em virtude da ofensiva russa, os Estados Unidos aconselharam o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a deixar Kiev. E obtiveram resposta. “A luta está aqui”, afirmou o líder ucraniano. “Preciso de munição, não de carona.”
As Forças Armadas da Ucrânia informaram que as investidas russas foram repelidas. “Durante a noite, os invasores não tomaram nenhuma cidade”, disseram, em publicação no Twitter. “Kiev está sendo limpa dos restos dos sabotadores. Obrigado aos corajosos defensores da Ucrânia.”
A invasão russa já havia sido prevista por Zelensky. “Devo dizer, francamente, que esta noite será mais difícil que o dia”, alertou, em vídeo divulgado na sexta-feira 25. “Muitas cidades de nosso país estão sob fogo: Chernigov, Sumy e Carcóvia. Nossos meninos e meninas do Donbass e as cidades no sul da Ucrânia também estão sendo atacados. Especial atenção em Kiev. Não podemos abrir mão da capital.”
Mais cedo, Zelensky dissera aos líderes da União Europeia (UE) que poderia ser morto pelo Exército da Rússia. “Esta pode ser a última noite que vocês me veem vivo”, salientou, em videoconferência realizada na última quinta-feira, 24.
Segundo o líder ucraniano, o Kremlin tem pretensões maiores do que aquelas declaradas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. “De acordo com nossas informações, sou o alvo número 1 do inimigo”, revelou, em pronunciamento transmitido pela televisão. “Minha família é o segundo. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente e destruir o chefe de Estado.”
Apesar dos ataques russos, Zelensky disse que permanecerá em Kiev. Em vídeo publicado no Instagram, o presidente da Ucrânia rechaçou a hipótese de fugir do país. “O chefe do gabinete do presidente está aqui. O primeiro-ministro está aqui. Mykhailo Podolyak [assessor] está aqui. O presidente está aqui”, afirmou.
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Edilson Salgueiro, Revista Oeste