sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Petros anuncia venda de sua participação na Itaúsa - Petros anuncia venda de sua participação na Itaúsa - R$ 4,519 bilhões entrarão no caixa da Fundação

Ramona Ordoñez - O Globo


O fundo de pensão da Petrobras, Petros, vendeu nesta sexta-feira, em leilão realizado na B3 (ex-Bovespa), uma fatia de 15,27% das ações ordinárias (com voto) da Itaúsa, dona do Itáu Unibanco. As ações foram vendidas por R$ 4,519 bilhões, dando maior flexibilidade na gestão da carteira de um dos planos da Petros. Com a operação o Fundo saiu completamente da empresa.

Os papeis foram comprados pela Fundação Antônio Helena Zerrenner, uma das acionistas da Ambev.As ações que a Petros tinha na Itaúsa correspondiam a 5,76% do capital total da holding. Cada papel foi vendido por R$ 10,50, 13% superior à cotação média de R$ 9,29 da ação nos últimos 12 meses. No entanto, considerando o aporte inicial na Itaúsa, em dezembro de 2010, a rentabilidade do ativo (55,91%) ficou descolada da meta atuarial projetada para o período (126,39%).

“A venda de Itaúsa está em linha com as diretrizes estabelecidas na Política de Investimentos para o PPSP (Plano Petros do Sistema Petrobras) e com nossa estratégia de racionalizar a alocação da carteira frente à dinâmica do passivo do plano. O volume de recursos obtidos com a venda vai proporcionar maior flexibilidade para buscarmos oportunidades de investimentos mais apropriadas ao perfil de risco do PPSP, que é um plano maduro, com uma carteira de investimentos pouco adequada aos seus compromissos atuariais”, disse o presidente da Petros, Walter Mendes.

Segundo o Fundo, assim como outros investimentos decididos no passado e que também foram alvo de denúncias, o aporte na Itaúsa tornou-se objeto de uma Comissão Interna de Apuração constituída na Petros para investigar, especificamente nesse caso, o processo de decisão para a aquisição do ativo. Os resultados das apurações internas foram encaminhados às autoridades competentes, “seguindo procedimento de colaboração adotado desde o início das investigações sobre investimentos em fundos de pensão”.

Também existe a possibilidade de processos de responsabilização de ex-dirigentes no intuito de buscar ressarcimento e de defender a imagem da instituição, iniciativa que já está em andamento com o apoio de escritório de advocacia contratado.

A Fundação Zerrenner, que comprou as ações, tem 10,2% dos papeis ordinário da Ambev. 

“A Fundação continua ampliando seu patrimônio, seja em Ambev ou, agora, diversificando seus investimentos em Itaúsa”, disse Edson De Marchi, diretor-executivo da instituição, em nota.

“Trata-se de um investimento estratégico em uma empresa sólida, rentável e com excelência na governança. Com isso, a Fundação garante uma renda perene para custeio dos seus benefícios assistenciais estatutários".

Constituída em 1936, a fundação, com sede em São Paulo, presta assistência filantrópica gratuita nas áreas de saúde, educação e assistência social.