sábado, 9 de dezembro de 2017

Alckmin culpa Lula, corrupto número 1 do Brasil, por 'maior recessão' do país

Anne Warth, Daiene Cardoso, Felipe Frazão e Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi eleito presidente do PSDB neste sábado, com um discurso de ataque ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT e também de defesa da reforma da Previdência. Após a crise em torno da sucessão de Aécio Neves (MG) no comando do partido e da permanência do governo Michel Temer, Alckmin fez um aceno ao peemedebista ao dizer que a atual gestão começou a reverter a “tragédia econômica em que o País foi colocado”.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aplaude discurso durante convenção
 nacional do PSDB, que o elegeu presidente do partido Foto: Dida Sampaio / Estadão
Alckmin afirmou que a reforma da Previdência é necessária para não ter “brasileiros de duas classes” e que o partido tem compromisso com reformas que darão condições para o Brasil voltar a crescer. Disse que a bancada tucana no Congresso terá disposição de aprová-la, pois os tucanos têm compromisso com a sua história. “Nós nunca nos furtamos a fornecer soluções”, disse.
No discurso, porém, ele classificou como a “mãe” de todas as reformas a política e não se posicionou sobre o fechamento de questão para aprovar a PEC com as mudanças na aposentadoria.
Alckmin falou mais como pré-candidato à Presidência da República em 2018 do que como recém-eleito presidente nacional do partido. Atacou o ex-presidente Lula ao afirmar que ele será condenado nas urnas pela “maior recessão de nossa história”. Afirmou que é dele a culpa pelos “sonhos desfeitos e os negócios falidos”, por ter colocado o Brasil no posto de “lanterna” no cenário internacional. Mas, segundo ele, o Brasil agora está “vacinado contra o modelo lulopetista de iludir para reinar”. 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu discurso, enalteceu qualidades do governador paulista: “Alckmin é simples, nunca mudou. Precisamos de gente assim”. 
O tucano, ao destacar a simplicidade de seu correligionário, afirmou que o partido precisa se reencontrar com a população brasileira. “Vamos ser gente como a gente, precisamos de mais povo. Líderes precisam sentir na pele que Brasil é um país de pobre”. 
Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, FHC disse que já o venceu duas vezes (em 1994 e 1998) e afirmou que o PSDB pode vencê-lo novamente. “Prefiro combatê-lo na urna do que vê-lo na cadeia”, disse o tucano. Lula é alvo de nove processos e já foi condenado pelo caso do triplex do Guarujá a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro. 
O ex-presidente tucano também admitiu erros de seu partido. “Sei que muita coisa foi errada, mas temos forças suficientes para reconstruir o PSDB”, afirmou FHC. 
Em um breve discurso na convenção do PSDB de ontem, o prefeito de São Paulo, João Doria, pregou a unidade do partido e declarou seu apoio a Alckmin na disputa pelo Planalto. “Quero dar o meu apoio incondicional a Alckmin para a presidência do PSDB e do Brasil”, afirmou.

A convenção

Com 470 votos, o PSDB elegeu a chapa Unidade para o diretório nacional do partido. Foram registrados três votos contrários e uma abstenção. Além de Alckmin como presidente, a chapa tem como primeiro-vice-presidente o governador de Goiás, Marconi Perillo. O segundo-vice-presidente é o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli.
Também são vice-presidentes os senadores Paulo Bauer (SC) e Flexa Ribeiro (PA), o governador do Paraná, Beto Richa, os deputados federais Shéridan Oliveira (RR) e Carlos Sampaio (SP), e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. O secretário-geral será o deputado Marcus Pestana (MG).
A Executiva Nacional do PSDB será composta pelos senadores Eduardo Amorim (SE) e Cássio Cunha Lima (PB); os prefeitos de São Paulo, João Doria, de Porto Alegre, Nelson Marchezan, de Teresina, Firmino Filho, e de Manaus, Arthur Virgílio; os deputados federais Giuseppe Vecci (GO), Rogério Marinho (RN) e Bruno Araújo (PE); e o governador Pedro Taques (MT). Também farão parte da Executiva os líderes do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), e na Câmara, Ricardo Tripoli (SP). 
Seis partidos participaram da convenção: PSD, PSC, PR, PSB, PTB e PPS.