quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Trump critica sorteio de vistos e manda endurecer checagem de estrangeiros

Resultado de imagem para fotos de Trump

WASHINGTON — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou e prometeu reverter o sistema que sorteia vistos para imigrantes que desejam se mudar para o território americano, depois do ataque terrorista de terça-feira em Nova York. O republicano também disse ter ordenado que o Departamento de Segurança Interna intensifique seu "programa extremo de verificação" para a entrada de estrangeiros no país. Ontem, um terrorista do Uzbequistão avançou com uma caminhonete contra uma ciclovia de Manhattan, matando oito pessoas e ferindo outras 11. O republicano se candidatou à Presidência em 2016 com a promessa de reduzir a imigração ilegal por razões de segurança e reforçar a verificação de estrangeiros entrando nos Estados Unidos.

"Eu acabei de ordenar que o Departamento de Segurança Interna intensifique nosso já extremo programa de verificação. Ser politicamente correto é bom, mas não para isso!", disse Trump pelo Twitter, horas depois que um homem dirigindo uma caminhonete deixou oito mortos em Nova York. "

Posteriormente, o presidente também criticou o Programa de Diversidade de Vistos, um sistema que sorteia 50 mil green cards anualmente para diversificar a população de imigrantes dos EUA. São selecionados muitas vezes solicitantes de visto originários de países com baixos índices de imigração nos cinco anos anteriores. Trump prometeu acabar com este programa e passar a selecionar os imigrantes por mérito. Além disso, criticou o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, por apoiar este sistema, uma pauta democrata aprovada pelo Congresso há mais de 20 anos.

"O terrorista veio ao nosso país através do que é chamado de 'Programa de Diversidade de Vistos', uma beleza de Chuck Schumer. Eu quero critérios de mérito", escreveu, antes de intensificar ainda mais as críticas: "'O Senador Chuck Schumer está ajudando a importar os problemas da Europa', disse o coronel Tony Shaffer. Vamos parar com esta loucura!"

Os ataques a Schumer também partem da extrema-direita americana, que acusa o democrata de Nova York de, sozinho, ser responsável pela entrada de Saipov nos EUA, onde o terrorista se radicalizou. O líder democrata teve um papel-chave na formulação do sistema de sorteio de visos em 1990, e suas propostas eventualmente se tornaram parte de um pacote mais amplo de políticas migratórias, sancionado pelo então presidente George H.W. Bush.

A comunidade uzbeque nos EUA é pequena, com algumas dezenas de milhares de membros, e, por isso, o Uzbequistão é um dos candidatos prioritários para o programa de sorteios. Em comparação, cerca de 2,4 milhões de imigrantes indianos, 2,7 milhões de chineses e mais de 11 milhões de mexicanos viviam no território americano em 2015.

— Sabe quem foi o apoiador? Chuck Schumer — disse o apresentador de rádio conservador Mark Levin em entrevista à rede Fox News. — O Programa de Diversidade de Vistos deve ser cortado. O propósito da imigração, históricamente, é melhorar e beneficiar os Estados Unidos, e não garantir a diversidade dos estrangeiros que vem a este país ou garantir que determinados países sejam bem representados.

O terrorista uzbeque Sayfullo Habibullaevic Saipov atropelou ciclistas e pedestres numa ciclovia de Manhattan na tarde de terça-feira. Em seguida, saiu da caminhonete que dirigia com duas armas falsas. Foi ferido a tiro por um policial e preso no local. Testemunhas relataram que a caminhonete avançou por até 20 quadras no sentido contrário ao da ciclovia adjacente à West Side Highway, na região de Battery Park (zona sul da ilha), ferindo quem passava no local. De acordo com a polícia, o suspeito gritou 'Deus é grande' em árabe na hora do ataque. O veículo aparentemente pertencia a uma loja de produtos residenciais.


Saipov deixou um bilhete na cena do ataque, em que dizia-se inspirado no grupo terrorista Estado Islâmico (EI) para realizar o atropelamento. Saipov entrou nos Estados Unidos há sete anos e era descrito como "trabalhador e amigável" pelos amigos. Ele possui um green card, que lhe dá residência legal no país.

Ontem, Trump qualificou o homem como um "doente e perturbado": "Em Nova York, parece haver outro ataque de uma pessoa muito doente e perturbada", tuitou o presidente americano. "As autoridades acompanham isto de perto. NÃO NOS EUA!".
Dentre as vítimas, estão cinco argentinos — que estavam juntos, numa viagem entre amigos para celebrar 30 anos de formatura — e uma belga. Há belgas entre os feridos também.

Este foi o primeiro ato vinculado ao terrorismo em Nova York desde a explosão de uma bomba artesanal, em setembro de 2016, em Chelsea, que deixou 31 feridos leves. Um afegão de origem americana, Ahmad Khan Rahimi, foi condenado por terrorismo no início deste mês. O local do ataque desta terça-feira abriga o memorial do 11 de setembro e o centro financeiro da metrópole americana.
A área do ataque
O veículo percorreu ao menos 20 quarteirões
50m
LONG
ISLAND
MANHATTAN
BROOKLYN
Às 15h05 (17h05
em Brasília), uma caminhonete avança sobre a ciclovia West Side Highway
PIER 40
O motorista segue na direção sul, atingindo ciclistas e pedestres
2
RIO HUDSON
STUYVESANT
HIGH SCHOOL
O veículo colide com um ônibus escolar em frente à escola Stuyvesant High School. O motorista desce da caminhonete com duas armas, uma de chumbinho e outra de paintball, e foge
3
Policial na área atira no suspeito e o atinge no estômago.
O motorista é preso
4
SAYFULLO
HABIBULLAEVIC
SAIPOV
IDADE:
29 anos
NATURALIDADE:
Uzbequistão
Nos EUA desde 2010
Fonte: The New York Times