quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Nobel de Economia, Joseph Stiglitz defende proibição de bitcoin

Diz que sucesso de moeda virtual se deve apenas ao ‘potencial de evasão e falta de supervisão’


Foto: Dado Ruvic/Reuters

O Globo

NOVA YORK - Em meio à disparada do bitcoin em 2017 — que subiu de US$ 1 mil no início do ano para mais de US$ 10 mil esta semana —, o Nobel de Economia Joseph Stiglitz condenou a moeda virtual, defendeu sua proibição e afirmou que seu sucesso se deve apenas ao potencial para evasão e falta de supervisão. Ao ser entrevistado pela TV Bloomberg, o professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, disse que a moeda não tem função social.

“O bitcoin faz sucesso apenas por causa do seu potencial para evasão, a falta de supervisão. Para mim, deveria ser proibido, não tem função social útil. Como muitos comentaristas já falaram, isso é apenas uma bolha. É uma bolha vai dar muita excitação às pessoas quando subir e depois quando cair”, afirmou Stiglitz.

Os comentários do Nobel de Economia foram feitos em um dia de extrema volatilidade do bitcoin. Ele chegou a ser negociado por mais de US$ 11 mil, mas caiu para US$ 9.300 em apenas 24 horas.

O debate sobre a sustentabilidade ou não do bitcoin. Em setembro, o diretor-executivo do JP Morgan, Jamie Dimon, disse que o bitcoin é uma fraude e que demitiria qualquer funcionário que resolvesse investir na moeda virtual. Ele afirmou não ter dúvidas de que há uma bolha que pode estourar a qualquer momento no caso do bitcoin.

Mas há quem veja potencial na moeda, especialmente para as operações entre os países. 

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou recentecemente que as moedas virtuais não devem ser desprezadas e que podem ser úteis, como por exemplo como meio de pagamento em países com moedas instáveis.