terça-feira, 28 de novembro de 2017

Alckmin, entre a não agressão e a aliança com PMDB

Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo

Ao assumir a presidência do PSDB no próximo dia 9, o governador Geraldo Alckmin vai colocar à prova seu estilo conciliador: ser coerente com o discurso de independência do partido em relação a Michel Temer, mas sem se afastar do PMDB a ponto de que não haja mais volta. Na declaração contundente ao Programa 90 Minutos, da Rádio Bandeirantes, quando disse que o PSDB vai desembarcar do governo Temer se assumir o comando nacional do partido, o tucano buscou trazer a legenda “de volta para sua órbita própria”. 
Se não é exatamente uma novidade o fato de ele pregar que não é preciso ter cargos na Esplanada dos Ministérios para defender questões programáticas, como as reformas, o tom de Alckmin desta vez foi outro. Segundo auxiliares diretos, o governador quis com esse gesto emitir um sinal à militância do PSDB e à corrente que faz oposição a Temer: o partido não estará mais a reboque do governo federal. 
Isso não significa, porém, um rompimento. No Palácio dos Bandeirantes, o cenário traçado para a eleição apresenta variáveis que vão de um pacto de “não agressão” a Temer até uma aliança propriamente dita com o PMDB – que daria ao tucano enorme vantagem no horário eleitoral na TV. Aliados observam que Alckmin mantém uma relação próxima a Romero Jucá. O que é improvável, dizem os alckmistas, é que o governador seja um defensor ardoroso de Temer.