Marcello Corrêa - O Globo
A taxa de desemprego recuou no trimestre encerrado em outubro para 12,2%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Em setembro, o indicador havia ficado em 12,4%.
O resultado de outubro, no entanto, é o maior para o mês desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. O instituto informou ainda que, no mês passado, 12,7 milhões de brasileiros ainda estavam na fila do desemprego.
Frente a 2016, no entanto, houve alta na taxa de desemprego. No trimestre encerrado em outubro de 2016, a taxa estava em 11,8%. O desemprego atingiu um pico de 13,7% no primeiro trimestre, mas desde então vem dando sinais de melhora.
Na comparação com o trimestre encerrado em julho, o primeiro estatisticamente comparável ao mês de outubro, houve queda de 4,4% no número de desempregados. São 586 mil brasileiros a menos à procura de trabalho. Já em relação ao ano passado, houve aumento de 5,8% (698 mil pessoas).
Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas cresceu nos dois tipos de comparação. Em relação a julho, houve alta de 1%, para 91,5 milhões. Isso significa um acréscimo de 868 mil pessoas que tinham algum tipo de ocupação, incluindo informal. Em relação ao ano passado, a alta foi de 1,8% (mais 1,7 milhão de pessoas).
- O quadro é geração de emprego de baixa qualidade. Não foi gerado nenhum posto de trabalho com carteira assinada. E no ano 738 mil pessoas perderam a carteira assinada - destaca Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
Assim como visto nas últimas divulgações, a melhora da ocupação foi puxada pela informalidade. O número de empregados sem carteira assinada registrou alta de 2,4%, ou 254 mil pessoas. São 10,9 milhões de trabalhadores nessas condições. Também aumentou o número de trabalhadores por conta própria: alta de 1,4%, ou 326 mil pessoas, totalizando 22,9 milhões de brasileiros.
Enquanto isso, o emprego com carteira assinada ficou estável, registrando leve variação negativa de 0,1%, na passagem entre o trimestre encerrado em julho e o trimestre encerrado em outubro.
Em relação aos setores da economia, o destaque ficou por conta do segmento de informação, atividades financeiras a administrativas, onde o número de ocupados cresceu 3,2%, equivalente a 311 mil vagas. Já o setor de construção abriu 169 mil vagas, alta de 2,5% no número de ocupados. Foi a terceira alta consecutiva do segmento, um dos que mais sofre os efeitos da recessão de dois anos. Os outros segmentos - inclusive o de comércio e reparação, maior empregador do país, com 17,6 milhões de ocupados - ficaram estáveis em relação ao trimestre encerrado em julho.
Em outubro, o rendimento ficou em R$ 2.127, estável nos dois tipos de comparação. Mas a chamada massa de rendimento, que mede o total de dinheiro disponível no bolso do trabalhador, cresceu, influenciada pelo maior número de pessoas com trabalho no país. O montante ficou em R$ 189,8 bilhões, alta de 1,4% frente ao trimestre anterior e de 4,2%, na comparação com o ano passado.
Na semana passada, o Ministério do Trabalho divulgou que o país gerou 76,5 mil vagas formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foi o melhor resultado para o mês desde 2013. O Caged, no entanto, mede apenas os postos com carteira assinada e segue metodologia diferente da empregada pelo IBGE.
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