Na véspera do encontro entre o presidente
Michel Temer e o delator
Joesley Batista, na terça-feira dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, o dono do grupo J&F se reuniu com o deputado
Rocha Loures, do PMDB do Paraná, no Hotel Fasano em São Paulo. Loures pediu a Joesley que estabelecesse a agenda. "Ele [Temer] atende você a hora que você quiser", afirmou o parlamentar. "Ele prefere te atender à noite, no Jaburu, mais tarde. Sei lá... a partir das 10 da noite," Joesley respondeu: "Eu fico na agenda dele, só quarta-feira que eu não poderia, que eu tenho um jantar. Terça, já fica combinado, 11 da noite". O dono da J&F e o deputado do PMDB haviam feito um contato no sábado dia 4 de março para tratar do encontro no Jaburu. Loures disse a ele que fez contatos com o presidente "através dos nossos canais lá".
O bate-papo no Fasano foi regado a água mineral, sem gás. O dono da J&F quis saber do interlocutor como estava o corre-corre. Loures afirmou que a situação estava intensa, mas que o presidente seguia tocando o barco: "Ele naturalmente é um craque, leva tudo isso com tranquilidade". O áudio desse encontro foi captado por iniciativa de Joesley e foi entregue ao procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, que o anexou ao inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Temer. As gravações feitas pelo empresário serão periciadas pela Polícia Federal por determinação do ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.