Com O Globo e agências internacionais
O novo primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, prometeu nesta segunda-feira prezar pelos interesses em geral do povo francês. Para afastar qualquer dúvida sobre o seu posicionamento político, no entanto, ele se descreveu como um homem de direita em um discurso em Paris.
— Eu sou mesmo um homem de direita, o que não irá surpreendê-lo, eu sei. No entanto, nós temos estima um pelo outro e sabemos que o interesse geral deve orientar todo o empenho dos funcionários eleitos, funcionários públicos e dos cidadãos — afirmou.
Philippe foi nomeado pelo presidente centrista Emmanuel Macron nesta segunda-feira. Em uma cerimônia no palácio de Matignon, o ex-premier do governo socialista Bernard Cazeneuve passou o bastão para Philippe. Eles finalizaram seus discursos com um abraço.
Aos 46 anos, o novo primeiro-ministro é deputado e prefeito da cidade portuária de Le Havre, além de um colaborador próximo do ex-premier conservador Alain Juppé. Membro da ala moderada do partido Os Republicanos, Philippe representará um contrapeso aos ex-deputados socialistas que se juntaram ao movimento de Macron, o partido de centro República em Marcha!
Alguns membros da direita moderada já haviam demonstrado apoio ao presidente, mas a designação de um deputado do LR ilustra a estratégia de união prometida por Macron. O presidente terá de atrair os conservadores para conseguir maioria no Parlamento, o que permitiria levar adiante seu programa de reformas liberais e sociais.
Philippe não era uma figura nacionalmente conhecida na França até a semana passada, quando os meios de comunicação começaram a afirmar que ele era um dos principais favoritos para virar primeiro-ministro.
ELITE POLÍTICA
Segundo a Rádio França Internacional, o premier tem uma formação parecida com a de Macron, compondo um perfil típico da tradicional elite política francesa.
Formado como advogado, Philippe trabalhou como diretor de assuntos públicos do grupo nuclear estatal Areva entre 2007 e 2010, antes de se tornar membro do Parlamento em 2012 e prefeito em 2014.
A nomeação do primeiro-ministro e a formação do novo governo francês — que provavelmente será anunciado na terça-feira — representa a primeira oportunidade para Macron demonstrar sua capacidade de ampliar seu apoio, a um mês das eleições legislativas cruciais para o restante de seus cinco anos de mandato.
Macron tomou posse no domingo, uma semana após vencer a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, no segundo turno das eleições presidenciais. Em seu primeiro discurso oficial, o mais jovem presidente da História do país — 39 anos — prometeu unir e reconciliar os franceses, devolver a confiança, além de refundar e reativar a Europa, tornando o continente “mais eficaz, mais democrático e mais político”.
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