sexta-feira, 5 de maio de 2017

Após dois anos em queda, produção de eletrônicos sobe 4,3% no 1° trimestre

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


A indústria de eletroeletrônicos ampliou em 4,3% sua produção no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo a Abinee, que reúne fabricantes.

O setor não registrava uma alta trimestral desde 2014. O aumento é um "início de retomada", mas a base de comparação ainda é baixa, afirma o presidente da associação, Humberto Barbato.


Em 2015, a indústria reduziu sua produção em 21% e, no ano passado, em mais 11%.

O crescimento neste ano foi impulsionado pelo segmento de eletrônicos -o de elétricos, que sofreu menos durante a crise econômica, se mantém abaixo do nível de um ano atrás.

"A demanda do setor elétrico depende de leilões de infraestrutura. As vendas de 2016 vieram de obras contratadas antes da crise se agravar, mas 2017 não deverá ser um ano de grandes investimentos para as fabricantes."

Os leilões de transmissão realizados no fim de 2016 e em abril deste ano deverão ter impacto dentro de cerca de 12 meses, avalia Rafael Paniagua, presidente da ABB, de automação e energia.

A empresa, que acaba de finalizar uma fábrica de disjuntores em Guarulhos, não prevê novos aportes neste ano.

"Os investimentos dependerão do leilão de energia renovável, prometido para o segundo semestre. Também vamos aguardar o marco regulatório para veículos elétricos para iniciar a construção da planta de carregadores", diz.


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Renda variável

Os responsáveis por gestão de ativos de instituições financeiras consideram que os setores de bancos, energia elétrica e varejo são os mais promissores em 2017, e que seguros, telecomunicações e mineração são os menos atrativos para este ano.

O dado é da consultoria Mercer, que fez uma pesquisa da qual participaram gestores de 27 empresas, entre corretoras e bancos.

A aposta deles é em setores ligados ao mercado interno, afirma Lucas Schmidt, consultor da Mercer -os que estão por último são mais vulneráveis a dólar ou exportações, segundo ele.

Os respondentes foram unânimes em declarar que a atual política monetária do Banco Central é adequada. Os riscos que enxergam são relativos às reformas.

"Os gestores consideram que se itens da reforma da previdência forem deixados de lado, por exemplo, o próximo presidente terá que fazer uma oura mudança, ou não haverá ajuste fiscal."

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Vejo flores em você

Reduzir os preços de flores é a principal aposta das grandes varejistas para que a categoria cresça dois dígitos no Dia das Mães deste ano.

O Grupo Pão de Açúcar deverá ter uma alta de pelo menos 10% nas vendas, diz o diretor Renato Giarola.

O GPA aumentou de 30 para quase 60 o número de funcionários em seu centro de distribuição em Holambra (SP), responsável pela operação logística das flores, nas duas semanas que antecedem a data (14 de maio).

"Vamos oferecer descontos de 20% a 30%, praticamente sem negociação com fornecedores. Reduziremos as margens para ganhar em volume e fluxo de clientes."

O Walmart prevê um crescimento de 20% nas vendas do segmento para o Dia das Mães, com foco em itens mais baratos. A empresa informa que não contratou mão de obra extra para a ocasião.
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Sacode a poeira

Após um hiato de dois anos sem novos projetos, o grupo paranaense Thá vai retomar lançamentos imobiliários neste ano.

A empresa prevê um aporte de R$ 40 milhões em um prédio residencial em Curitiba, que será lançado ainda neste mês. Metade dos recursos virá de "family offices" (que administram fortunas de grupos familiares).

"Tivemos um ganho de 5% nos preços nos últimos seis meses, uma surpresa. Com a perspectiva de melhora do mercado, resolvemos antecipar o que estava previsto para o futuro", diz Marcello Thá, sócio-diretor da companhia.

Até ano passado, o grupo tinha como sócio o fundo Equity International, do investidor americano Sam Zell. Hoje, o controle é apenas familiar, afirma o executivo.

Outros quatro empreendimentos deverão ser anunciados em 2017, segundo Thá.

R$ 400 MILHÕES
foi o faturamento aproximado em 2016, incluindo incorporação e engenharia

7 MILHÕES
de metros quadrados já foram entregues pela companhia

67
são as cidades em que a companhia está presente,
em 17 Estados
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Morgar Brasileiros são o povo que mais gosta de férias sem nada para fazer: 71% preferem esse tipo de descanso, contra 26% que gostam de atividades. Na média global, 59% não querem se mexer nas férias. A pesquisa é da GfK.

Oriente Expresso A Ásia é o continente onde há despacho de bens vendidos pelo comércio eletrônico: 37% da movimentação global sai de lá, aponta a DHL, empresa de transportes. O principal comprador é a Europa, com 35%.

Inventário As empresas de logística brasileiras têm estoques que variam por um fator de 14: de 10 até 141 dias. Os dados são do BCG. O custo para manter caixas começam em
R$ 0,35 e chegam a R$ 13,6, aponta o estudo.

Parada A bandeira do posto de combustíveis é o maior fator de decisão para 65% dos que fazem paradas na estrada, aponta a consultoria CVA, que ouviu 4.700 pessoas. Em seguida, vem o restaurante (62%).

Jeans O Grupo Latreille, do setor têxtil, planeja investir R$ 13 milhões em sua fábrica no Paraná. A empresa quer expandir as vendas no Mercosul.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI