segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Quadrilheiro da dupla Lula-Dilma, Zelada é condenado a 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro


O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada - Ailton de Freitas -06/08/2014 / O Globo


Renato Onofre e Cleide Carvalho - O Globo



O juiz Sérgio Moro condenou o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O executivo está preso desde o início de julho durante a 15ª fase da Operação Lava-Jato. Zelada foi acusado de recebimento de propina envolvendo o contrato de navios sondas da Petrobras. O ex-diretor mantinha 12 milhões de euros em uma conta secreta no exterior. Moro determinou o confisco de R$ 123 milhões encontrado em contas do ex-diretor da Petrobras.

Além de Zelada, Moro também condenou o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa a 11 anos e oito meses. Em delação premiada, Musa contou como transferiu pagamentos de propina ao ex-diretor. O ex-gerente foi um dos primeiros a confirmar que o empréstimo do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai serviu para pagar dívidas de campanha do PT.

O juiz condenou ainda os lobista João Augusto Rezende Henriques e Hamylton Pinheiro Padilha Júnior, respectivamente, a seis anos e oito meses, e a 12 e 2 meses de reclusão. Por conta dos acordos de colaboração, Musa, Henriques e Hamylton Padilha cumprirão a pena em casa, em regime aberto diferenciado.

Zelada e Musa teriam aceitado receber propina para favorecer a contratação da empresa Vantage Drilling Corporation, comandada pelo americano Nobu Su, no afretamento do navio-sonda Titanium Explorer, por US$ 1,816 bilhão. O pagamento da propina, no entanto, não foi feito pela americana Vantage, intermediária do afretamento e que se recusou a pagar propina. O pagamento foi feito diretamente com a proprietária da embarcação, a Taiwan Maritime Transportation, também comandada por Nobu Su. O contrato foi fechado em 2009 e parte da propina foi repassada a Hamylton Padilha, que pagou os dois funcionários da Petrobras.

ZELADA CHAMA PROPINA DE ‘CONFETES’

Em outubro, o GLOBO mostrou que Zelada usava um apelido para propina: “confetes”. Em mensagem intitulada “Carnaval”, Zelada é informado que R$ 1,026 milhão “confetes” foram depositados em sua conta.

Os documentos fazem parte de uma segunda investigação que apura o pagamento de propina relativas a contratos de exploração do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, a maior reserva da gás natural do Brasil. Há indícios da participação de empresas norueguesas no esquema de corrupção. Zelada seria um dos beneficiários finais.