quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Por unanimidade, Senado dos EUA aprova sanções à Coreia do Norte


Soldado norte-coreano lê livro em região de fronteira com a China, no rio Yalu - JOHANNES EISELE / AFP


Com O Globo



WASHINGTON — O Senado americano aprovou por unanimidade um pacote de medidas de bloqueio econômico contra a Coreia do Norte. Com 96 votos favoráveis, a proposta quer sufocar Pyongyang após os recentes anúncios de esforços militares e bélicos do país asiático.

— Por muito tempo se tratou a Coreia do Norte como um país estranho com líderes irracionais. É hora de levá-la a sério — advertiu o senador democrata Robert Menendez, que apresentou a proposta junto ao colega Cory Gardner, que afirmou que “a política de paciência” do governo de Barack Obama acabou.

Os EUA haviam apelado por maiores bloqueios ao país asiático após o lançamento de um foguete nesta semana pelos coreanos, que pôs em órbita um satélite. A comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU, no entanto, alertaram que a medida serve como fachada para desenvolver mísseis de longo alcance. O órgão prometeu aplicar sanções “duras” como resposta.

A nova legislação prevê sanções adicionais mandatórias contra todo o governo norte-coreano e a quem der qualquer apoio a ele. Quem importar ou exportar quaisquer bens militares, industriais e bélicos, ou se envolver em abusos a direitos humanos e crimes financeiros e cibernéticos conectados ao governo de Kim Jong-un está previsto na nova leva de sanções.

Agora, a proposta passará para a Câmara dos Representantes, onde também deve ser facilmente aprovada. A Coreia do Norte já é afetada por duras sanções internacionais por conta de seu programa nuclear, desenvolvido com finalidades militares.
A Coreia do Sul, por sua vez, decidiu suspender pela primeira vez suas operações no complexo industrial intercoreano de Kaesong, única cooperação econômica entre os países.

Ainda na quarta-feira, as agências Yonhap e Reuters afirmaram, com base em fontes sul-coreanas, que Pyongyang teria executado o chefe do Estado Maior do Exército, Ri Yong Gil. Uma série de execuções, expurgos e desaparecimentos ocorridos tem sido registrada com frequência no governo de Kim Jong-un.