EDUARDO ZOBARAN, MARCELOALVES e MIGUEL CABALLERO - O Globo
Jogo que define o campeão da NFL reúne o melhor ataque a melhor defesa
Hoje, às 21h30m, Carolina Panthers e Denver Broncos se enfrentam em Santa Clara, na Califórnia. Para manter a animação musical, um aviso: Lady Gaga cantará o hino americano, e a apresentação no intervalo ficará por conta do Coldplay, com participações de Beyoncé e Bruno Mars.
Esta será a 50ª edição do Super Bowl, que bota frente a frente os campeões da NFC (liga nacional) e AFC (liga americana). Melhor time da temporada com uma derrota em 18 jogos, o Panthers tem o favoritismo da vitória por cerca de seis pontos nas bolsas de apostas. Já o Broncos conta com a tradição, são seis aparições em Super Bowl e dois títulos, o bicampeonato de 1997 e 1998. O rival, que perdeu a final em 2004, chega apenas pela segunda vez à decisão.
Durante um bom tempo, o Panthers foi visto com um certo descrédito na temporada.
Embora passasse adversário a adversário, muitos ressaltavam o calendário com rivais fracos pela frente. Mas o time chegou aos playoffs com a melhor campanha e apenas uma derrota, sofrida na última rodada da primeira fase, quando a classificação já estava garantida.
MELHOR ATAQUE: PANTHERS
O favoritismo não é à toa. A equipe comandada por Ron Rivera teve o ataque mais produtivo entre os 32 times da liga na temporada regular. O time de Charlotte, na Carolina do Norte, anotou em média 31,2 pontos por jogo. Na comparação o Broncos, com 22,2 pontos, fica bem atrás, em 19º lugar. O desempenho do Panthers pode ser em boa parte explicado pela grande temporada do quarterback Cam Newton.
Não se espante se Newton bater a marca de Steve McNair, do Tenneesse Titans que, em 2000, correu 64 jardas, um recorde para quarterbacks em Super Bowl — posição em que a especialidade costuma ser os lançamentos. Aos 26 anos, com 1,96m, ele tem dominado a temporada com seu estilo de jogo e suas comemorações, que não foram poucas. Ele tem 12 corridas para touchdowns na temporada, contra nenhuma anotada pelo quarterback rival, o veterano Peyton Manning, de 39 anos. Na hora dos passes, é Greg Olsen quem costuma ser o receptor ideal para Newton. Foram 89 bolas recebidas por ele na temporada.
Também não será surpresa se o Panthers arrancar na frente em pouco tempo. Foi o que fez contra o Seattle Seahawks e o Arizona Cardinals nos dois últimos jogos. Contra o Seahawks abriu 31 a 0 no primeiro tempo. Na última partida, foi para o intervalo com uma vantagem menor: 24 a 7.
MELHOR DEFESA: BRONCOS
Olhar apenas os números ofensivos da temporada não ajuda a explicar quem Peyton Manning é, especialmente porque perdeu seis jogos por lesão. Na reta final de sua carreira, ele já está marcado na história do esporte como um dos maiores quarterbacks da NFL. Campeão em 2007 pelo Indianapolis Colts, tenta repetir o feito em seu quarto Super Bowl. O respeito dos adversários, Manning já tem.
— Ele é muito inteligente, faz todas as leituras, movimentos e gestos. Você não pode se preocupar muito porque isso faz parte do jogo. É o que Peyton é... divertido de assistir — elogiou Luke Kuechly, que terá a missão de conter o ataque do Broncos.
Mas a qualidade de Manning é apenas um dos pontos fortes de Broncos. O time teve na temporada regular a defesa que melhor conteve avanços adversários. Foram apenas 283,1 jardas por partida. O Panthers também não foi mal. Foram 322,9 por jogo, o sexto melhor desempenho na liga. Nos lançamento, o Broncos também foi líder, com 199,9 concedidos. Nos avanços por terra, foi a terceira melhor, com 83,6 jardas cedidas por partida.
Há duas semanas, o astro Tom Brady foi presa fácil para os defensores DeMarcus Ware e Von Miller, na derrota do New England Patriots para o Denver. Ele teve lançamentos interceptados duas vezes e, em quatro jogadas, foi levado ao chão, o que o deixou com marcas após a partida. Brady é um jogador lento e que raramente aposta em corridas, o oposto de Cam Newton. Talvez esteja neste confronto a chave para a vitória.
