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MARIANA HAUBERT - UOL
Mesmo com a estratégia de melhorar a comunicação com a população e de explicar os ajustes feitos pelo governo, a reprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff continua expressivo. A confiança da população na presidente Dilma Rousseff inverteu-se completamente em quatro anos, segundo a pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º).
Em março de 2011, quando começou o seu primeiro governo, Dilma tinha a confiança de 74% da população. Agora, no início de seu segundo mandato, o mesmo percentual de pessoas dizem não confiar na presidente.
O índice de desconfiança é o mais alto em 20 anos. Segundo a pesquisa, apenas 24% dos entrevistados dizem confiar na petista. O pior resultado havia sido registrado no início do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1999. No fim daquele ano, o tucano tinha a confiança de apenas 27% da população.
A pesquisa mostrou também a reprovação ao governo Dilma chegou a 64%. A presidente perdeu popularidade em todos os estratos avaliados pela pesquisa, como combate à fome, ao desemprego e à inflação e impostos.
Em dezembro, quando a última pesquisa CNI-Ibope foi divulgada, Dilma teve 40% de aprovação e 27% de reprovação. Agora, apenas 12% dos entrevistados avaliaram o governo positivamente, enquanto 23% o consideraram regular.
A reprovação da maneira de governar da presidente também aumentou expressivamente, chegando a 78% da população. Apenas 19% dos entrevistados aprovam a maneira da petista de governar. Em dezembro, essa aprovação era de 52%.
ELEITORES
A presidente está perdendo popularidade entre seus eleitores, mostrando uma certa decepção do eleitorado. A pesquisa mostrou que houve uma queda entre os eleitores da petista de 63% para 22% na avaliação positiva do governo. Dentre os eleitores do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a queda foi de 12% para 2%.
A pesquisa mostra que 76% dos entrevistados avaliam que o segundo governo Dilma está sendo pior que o primeiro, 18% avaliam que ele os dois mandatos estão sendo iguais e apenas 4% dos ouvidos acham que o segundo mandato está sendo melhor.
Questionados sobre as perspectivas para os próximos anos de governo, 55% acham que o futuro do governo não será bom. Apenas 14% acreditam que o restante do governo será ótimo ou bom.
A pesquisa CNI-Ibope analisou o primeiro trimestre deste ano. Realizada entre os dias 21 e 25 de março, ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.
Para o gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca, os resultados negativos são decorrentes da crise econômica e do ajuste fiscal forte promovido pelo governo.
"O que a gente percebe é essa decepção. O que explica essa queda forte são os eleitores de Dilma que, com o quadro atual de intensificação da crise, desemprego aumentando e medidas de ajuste fiscal, geraram essa maior insatisfação. As questões econômicas passam a ser as mais criticadas", afirmou.
DESAPROVAÇÃO GERAL
A pesquisa avaliou nove áreas de atuação do governo. em todas elas a desaprovação é superior a 60% dos entrevistados.
A maior desaprovação foi verificada em relação à política de juros do governo e à atuação na área tributária, que registraram 89% e 90% de desaprovação, respectivamente. O combate à inflação registrou desaprovação de 84%; apenas 13% avaliaram o setor positivamente.
As áreas com melhor avaliação do governo ainda são o combate à fome e a à pobreza, com 33% de aprovação. Porém, a desaprovação também subiu neste setor, de 43% registrados em dezembro para 64% agora.
A popularidade da presidente é menor entre os mais jovens. Apenas 8% dos entrevistados com idade entre 25 e 34 anos avaliam o governo como ótimo ou bom, percentual que era de 36% na pesquisa anterior.
Entre os entrevistados com 16 a 24 anos, a aprovação na maneira de governar da presidente caiu de 51% para 14%. A faixa etária ainda com maior percentual de aprovação, 27%, permanece sendo o grupo de pessoas com mais de 55 anos ou mais.
A pesquisa mostrou ainda que a queda de popularidade foi maior na região Sul, onde a avaliação positiva do governo caiu de 40%, em dezembro, para 8% em março.
A região Nordeste também registrou queda de popularidade mas continua sendo o local onde a presidente é mais popular, com 34% de aprovação.