O diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, requereu licença do cargo hoje, informou nesta noite de quarta-feira, 29, a controladora Eletrobras. O pedido de afastamento ocorreu após notícias veiculadas na imprensa de que teriam sido feitas negociações para pagamento de supostas propinas a Silva nas obras da usina nuclear de Angra 3. A denúncia teria sido feita em delação premiada do ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini, no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Segundo o comunicado da Eletrobras, o diretor-presidente da Eletronuclear justificou, no pedido de licença, que seu afastamento "garantirá a independência e transparência dos trabalhos de investigação a serem realizados, tendo se colocado à disposição para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários para apuração do assunto".
O conselho de administração da Eletronuclear aprovou que o cargo de diretor-presidente da companhia seja assumido interinamente, durante a licença, pelo atual diretor de Operações daquela empresa, Pedro José Diniz Figueiredo.
A Eletrobras informa também que a comissão interna criada para fiscalizar a contratação de construtoras para a obra de Angra 3 ainda não concluiu os trabalhos. Além disso, a administração da companhia aprovou hoje a contratação de empresa especializada para realizar a investigação. O objetivo, segundo a estatal, é " garantir a transparência e independência dos trabalhos, sob o ponto de vista da legislação brasileira e norte-americana".
Além disso, a Eletrobras afirma que vai reiterar à Polícia Federal o pedido de acesso aos documentos supostamente disponibilizados à imprensa com a denúncia contra o diretor-presidente da Eletronuclear.